Posted by : luh reynaud domingo, 1 de dezembro de 2019


Saudações, caçadores de bruxas! Há um bom tempo não atualizo os diários de sessão da nossa querida Trupe do Pacto, não é? A campanha também anda meio parada, mas isso não significa que nós não tenhamos histórias pra contar. No capítulo de hoje nós temos a exploração da floresta da bruxa-lagarto e o prelúdio da caça à cidade das bruxas!

Sobre as Últimas Sessões

Anteriormente acompanhamos a Trupe do Pacto, um grupo de aventureiros mercenários de índole duvidosa, em sua jornada em busca de glória e ouro. No último capítulo, os aventureiros chegaram à grandiosa Cidade-Estado de Punjar, a maior metrópole do mundo conhecido! Permeada por ostentação e miséria em igual proporção, a cidade enfrentava um problema sério em sua economia, culminando na fome e doença dos pobres habitantes. Anector, mestre da guilda Espada-de-São-Jorge e aliado da Trupe, conseguiu fechar um contrato com o rei: o grupo exploraria a floresta de Ispazar e resgataria o cristal da bruxa-lagarto, fonte da maldição que assolava Punjar.


Os Personagens

Arthur Autista – Gibrin, anão lanceiro em incessante busca por poder; e Goblin, o anão possuidor do misterioso sabre de energia negra.

Thiago Thigas – Jorge, o mercenário atirador com transtornos de personalidade; e Pedro Joaquim II, o lenhador da floresta de Ispazar.

Concita Cabelão – Maria Márcia, anã vaidosa que enfrenta masmorras usando salto e um escudo muito estiloso.

Marco Apocalipse – A adolescente guerreira Annie, estudante da arte da piromancia.

Gaby Raveninha – Ravena, a coveira sacerdotisa do Mago Louco; e a feiticeira canibal Angel.

Nathan Novato – A astróloga andrógena Lucca, especialista em se esconder nas sombras.


Sob o Olhar da Bruxa-Lagarto

Dentro da floresta de Ispazar, a Trupe preparava-se para realizar mais um de seus famosos rituais, sacrificando o bandido que haviam capturado pouco antes nas plantações de Punjar. Ravena, trajada em seus mantos ritualísticos, comandava seus companheiros para a invocação da feiticeira lagarto que procuravam, que, entretanto, surgiu antes mesmo do ritual ser finalizado. Sua figura era medonha: seu corpo atarracado e coberto de escamas lembrava a figura de um jacaré ou crocodilo humanoide, vestida com farrapos sujos e um cocar de penas. Apoiando sua pesada forma sobre um velho cajado retorcido, lançava sob o grupo um olhar que só poderia ser descrito como não humano que deixava-os sem ação. O engraçado é que, uma vez que a bruxa apareceu, o grupo não soube exatamente o que fazer, os jogadores ficaram se entreolhando como se perguntassem “ta, e agora?”.

Ravena tomou a iniciativa, perguntando acerca do cristal e onde ele se encontrava. Com o ar de mistério que toda bruxa possui, a velha respondeu que o item buscado se encontrava em algum lugar dentro da floresta, mas que não ajudaria ou atrapalharia a Trupe em sua busca. Os aventureiros acharam muito estranho e suspeitaram de um blefe, mas resolveram não confrontá-la, ao menos não por hora. Jorge tomou a frente logo em seguida e perguntou acerca do Fruto do Diabo, a fruta amaldiçoada que cederia o poder diabólico que o atirador tanto buscava, mas, antes que a lagarto pudesse respondê-lo, Annie, a adolescente guerreira, ficou de saco cheio de toda aquela conversa e investiu com seu machado! Quando o machado desceu, a imagem da velha bruxa sumiu no ar como fumaça, deixando Jorge irado com a pequena Annie.

Tentaram mais uma vez invocar a bruxa, finalizando o ritual e sacrificando o bandido, mas de nada adiantou – a ação impensada de Annie realmente havia destruído a possibilidade de obter informações, ao menos naquela parte da floresta. Caso quisessem entrar em contato novamente, deveriam avançar floresta adentro. Contudo o sol se punha entre as árvores e todos concordaram que não seria uma decisão muito inteligente explorar a floresta de uma bruxa à noite. Com isso, se aproximaram da borda da mata e montaram acampamento por lá.

Pela manhã, bem cedinho, puderam ouvir um som que vinha das árvores. Despertos, aproximaram-se com cautela e vislumbraram a imagem de um homem rústico portando um machado e derrubando algumas árvores. O homem apresentou-se como Pedro Joaquim, um lenhador que morava por perto e conhecia bem a floresta. O grupo concordou que seria bom ter um guia enquanto se embrenhavam na mata e ofereceu ao homem algumas moedas de ouro – o suficiente para despertar sua cobiça. Preparados e organizados, seguiram pela trilha apontada pelo mais novo guia.

Pedi alguns testes para que pudessem se localizar no território da bruxa enquanto ia contando ao jogador de Pedro Joaquim alguns boatos e lendas que ele conhecia, passando uma pegada mística e misteriosa sobre o local. Em dado momento, ao longe, a ladra Lucca pode ouvir o som de tambores e flautas tribais, indicando que havia alguém por perto. Ao se aproximarem, notaram uma clareira com aspectos de charco – várias poças de lodo e lama espalhadas – habitada por criaturas de aspecto reptiliano semelhante à bruxa, dançando em círculos em volta do que parecia ser um totem enquanto tocavam instrumentos rústicos. Puderam contar seis ou sete daqueles homens-lagartos, mas antes que pudessem montar uma estratégia de fato, os anões Gibrin e Goblin saltaram para a batalha gritando urros de guerra. Algumas coisas nunca mudam.

Os homens-lagartos reagiram, soltaram seus tambores e flautas e partiram para o ataque exibindo suas garras e presas afiadas. Ravena, Angel e Lucca ficaram de fora, pois acharam estúpido se arriscar num ataque frontal desnecessário como aquele. Maria Márcia ficou receosa, mas decidiu ajudar seus companheiros cedendo proteção com seu escudo mágico. Jorge e Annie deram cobertura com ataques a distância, com disparos explosivos e magias de fogo, respectivamente. O lenhador, por sua vez, apenas observou de longe, pois não poderia se envolver em assuntos de aventureiros.

No meio do combate, um dos homens-lagartos emitiu um som semelhante a um silvo. Houve movimentação entre as árvores e o barulho de algo grande se arrastando pelo chão. Um cobra gigantesca emergiu da mata a avançou rumo a Trupe, com presas como espadas e ataques de constrição! Annie falhou em sua jogada de conjuração para evocar sua magia de fogo de seu anel mágico, causando uma chuva de labaredas que quase matou o pobre lenhador que apenas assistia a distância. Ravena interveio curando seus aliados, impedindo que caíssem. Os anões, enfim, uniram esforços e derrubaram a cobra, encerrando o combate.

Ao analisarem o totem, os aventureiros encontraram um baú rústico com algumas gemas preciosas, um bom espólio. Resolveram, também, arrancar as escamas da cobra, que talvez pudessem vender por um bom valor. Maria Márcia, por acaso, descobriu um cristal brilhante na boca do monstro, talvez fosse o cristal que procuravam, mas decidiu mantê-lo segredo só para si.

O lenhador guiou o grupo pelo restante da floresta, em busca da tal bruxa-lagarto que o grupo tanto falava. Após encarar criaturas sobrenaturais como as que a Trupe acabara de enfrentar, Pedro não duvidava mais da veracidade das lendas que seus bisavós contavam e, após transpassar pelo que pareceu uma cortina invisível mística, deu de frente com uma árvore de proporções titânicas que só poderia ser a representação de um deus. Embasbacado, não se deu conta de que a velha bruxa se mostrava logo a frente, caminhando pelo pântano que se escondia atrás da cortina mística.

Jorge tomou a dianteira e questionou acerca do Fruto do Diabo e a cidade das bruxas. A anciã disse que poderia dar ao atirador a capacidade de encontrar o que desejava, mas que ele teria de oferecer um de seus olhos como sacrifício… Estaria o jovem atirador disposto a ceder um de seus olhos para saber a localização do poder que desejava? Sem sequer titubear, o personagem arrancou o olho esquerdo e estendeu para a velha bruxa, mostrando que era corajoso – ou louco! – o suficiente. É claro que isso trouxe consequências, principalmente para um atirador, que tem de se valer de sua visão para mirar seus alvos. Por sorte, o ferimento que sangrava profusamente foi rapidamente curado por magia de Ravena. A bruxa parabenizou a coragem do rapaz, comeu o olho sacrificado e em seguida tocou o olho são de Jorge, que passou a enxergar chamas azuladas luminosas como almas penadas. As chamas, dizia a velha, guiariam rumo a cidade maldita.

Mas e quanto ao cristal? Bem, o grupo indagou a feiticeira sobre a joia, mas a anã cutucou Ravena e sussurrou que já havia resgatado o item. Ravena acalmou a todos e os induziu a deixar a velha bruxa para trás, mesmo que ninguém tenha entendido nada. Antes de partir, porém, Ravena avisou a feiticeira lagarto que voltaria para enfrentá-la, pois “duas bruxas não podem dividir o mesmo espaço”.


De volta a Punjar

Quatro dias depois do ocorrido, a majestosa e miserável cidade-estado estava bastante movimentada. Segundo o que cantavam os menestréis e diziam os boatos, um grupo de três heróis valorosos havia invadido a floresta da bruxa, enfrentado criaturas tenebrosas e matado a feiticeira, encerrando a maldição que assolava o povo da região. Goblin, Maria Márcia e Ravena contavam as ricas moedas que haviam obtido a partir da negociação com o rei e sua conselheira. Nada menos que três mil moedas de ouro, muito mais do que haviam visto em todas as suas vidas. Apenas os três haviam sido creditados pelo “heroísmo” por uma “estratégia de popularidade” do rei, que queria que aqueles se tornassem figuras famosas dentro das muralhas de Punjar. Estava tudo muito bem, mas Maria Márcia só se perguntava uma coisa: o que a conselheira faria com o cristal místico? Bom, talvez isso não fosse importante.

Houve um desentendimento quando Goblin sugeriu que não dividissem o ouro corretamente com seus colegas, ficando eles mesmos com a maior parte. As garotas, no entanto, discutiram dizendo que não, uma vez que todos haviam arriscado suas vidas! Jorge, que ouviu tudo em segredo, ficou extremamente irritado com Goblin e teve uma briga com o mesmo. Ravena interveio e apaziguou a situação, acalmando os ânimos de todos e repreendendo o anão avarento, pois agora tinham algo mais importante a se preocupar. Logo partiriam rumo ao objetivo de Jorge.

A estrada para fora das muralhas se mostrava logo adiante, a visão fantasmagórica de Jorge seria agora o guia em busca do temido Fruto do Diabo e da lenda das Bruxas de Rahdomir.

Conclusão

A sessão em questão ocorreu há alguns meses, mas minhas anotações me ajudaram a manter os acontecimentos frescos na memória. A Trupe do Pacto é uma campanha muito querida por mim e pelos demais jogadores, pois é uma perspectiva bem diferente do “heroico padrão”, num estilo bem old school nesse sistema maravilhoso que é o DCC RPG! Mas e vocês, já jogaram DCC alguma vez? Como foi a experiência? Comentem aí!

{ 3 comentários... read them below or Comment }

  1. Olá Lucas, fico feliz em ver mais uma vez a continuação das aventuras da trupe do pacto. Estou curioso para ver o que vai acontecer a seguir!
    Quanto a minha experiência com o DCC... foi um pouco decepcionante, eu tive que ouvir "é um D&D piorado". Aprendi que muitos dos meus amigos são muito combadores e controladores e não gostam de jogar com coisas aleatórias. Muitos deles só jogam com os mesmos esteriótipos sempre: um deles, sempre é anão clérigo, a anos e nunca muda, outro, não gosta de elfos de modo algum, e um, quando o personagem favorito dele morreu ele quis sair da mesa, mesmo tendo ainda 3 outros de nivel 0. Emfim, DCC é maravilhoso, mas não é para todos. Fico feliz que você e seu grupo estejam curtindo o sistema, acho que ele é melhor se apresentado a novatos mesmos, que não conhecem o peso de "não ter três 18s" na ficha, e só querem curtir.Vou tentar mudar o grupo e ver no que dá. No mais, um abraço pra vocês e estou de olho.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Saudacoes, Seph! Me sinto honrado em tu acompanhar os diarios da trupe com tanto carinho, isso que me dá gás pra continuar escrevendo.

      Lamento muito pelo teu grupo nao curtir a pegada de DCC... Nas primeiras vezes que joguei, isso tambem aconteceu: muitos jogadores frustrados, combeiros decepcionados e gente desanimada. Eu busquei compreender, afinal, DCC realmente nao é pra todo mundo - old school em geral, na verdade. Espero que tu tenha melhores experiencias e continue jogando esse sistema maravilhoso. Sucesso!

      Excluir
  2. Bom, particularmente não curti muito a ideia pois não tinha jogado nada parecido. Mais com o tempo acostumei e acabei fazendo personagens como Jorge por exemplo, e bom lhe desejo uma boa jogatina e melhores experiencias a partir de agora.

    ResponderExcluir

- Copyright © Crítico 6 - Date A Live - Powered by Blogger - Designed by Johanes Djogan -