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- Como Usar Trilhas Sonoras Ao Jogar RPG
Posted by : luh reynaud
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
Saudações, bardos
épicos! Antes de começarmos, peço para que tente se lembrar de uma cena
marcante ou épica de um filme, série ou mídia semelhante, focando na emoção
evocada, os detalhes e tudo mais que ela quis passar. Agora imagine essa sem trilha sonora... Broxante, não?
Músicas nos
estimulam, inspiram, marcam momentos – todos nós possuímos ao menos algumas
faixas que marcaram nossas vidas. A vida sem música é pobre e vazia. Tudo bem, Azaroth,
tudo isso é um belo incentivo a encaixar
a música em nossas vidas. Mas por que utilizar músicas – trilhas sonoras –
em jogos de RPG?
RPG é um jogo de
interpretação de papéis em que o objetivo maior é encarnar o personagem, tentar
sentir aquilo que ele sentiria e se divertir no processo; logo a imersão é ponto
chave para os jogadores: quanto maior a imersão, maior o potencial da diversão.
Então, respondendo à pergunta acima, músicas são perfeitas inspiradoras de sentimentos, ideais para um jogo chamado Role-playing Game.
Certo, você já sabe
que trilhas sonoras são interessantes e podem adicionar uma grande riqueza às
partidas, mas... Como usar?
Dando uma pesquisada
no Sábio Oráculo Google, é possível perceber certa dificuldade em encontrar
material sobre como usar, mas muitas
sugestões de músicas em si. Tendo isso em vista, este que vos fala resolveu dar
uma pesquisada mais a fundo sobre o assunto e montar por si mesmo um guia que
pudesse ao menos mostrar dicas para aqueles que desejam se arriscar pelos
caminhos bárdicos (essa palavra
existe?) da vida. Bardas e bardos, dançarinas e menestréis, vamos à canção!
1
– Musa Inspiradora
A você, mestre, posso
dar um conselho de grande ajuda: ouça música durante o preparo da aventura. Como uma boa musa, ela vai te inspirar, dar
ideias, te passar sentimentos. Com isso, simplesmente passe pro papel,
reformule as ideias, crie cenas que possam passar a mesma sensação que você
sentiu!
Eu, por exemplo,
gosto muuuuito de usar bandas de Power Metal e Symphonic Metal pra me inspirar.
Seja ouvindo-as e pensando em cenas legais ou mesmo usando-as de base para minhas aventuras. “Então essa
música fala sobre padres lobisomens... E se eu criasse uma aventura com uma
ordem de clérigos que secretamente fazem rituais para ganhar poderes licantropos?”
Aqui o que vale é
ouvir músicas que te deixam inspirado, então pode ser qualquer coisa! Mas
lembre-se: você deve seguir a pegada do jogo. Então nada de usar Anitta como inspiração para um horror
lovecraftiano!
2
– Prepare o material
Quando eu falo
material, incluo todo o pacote: desde as músicas aos dispositivos que as
tocarão! Quando procurar suas trilhas sonoras, use-as somente se possuírem boa
qualidade. Algumas são terrivelmente distorcidas, o que incomoda ao ouvir,
então fique ligado. Vale o mesmo quanto aos dispositivos, não toque se o player
distorcer as músicas!
Com um bom material e
instrumentos, basta deixar facilmente tudo em mãos, para que você não precise
fazer seus companheiros de mesa esperarem demais enquanto procura pela trilha –
coisa que acaba cortando o clima da cena.
3
– Divida suas trilhas sonoras por tema
Uma ótima idéia,
principalmente pra quem está começando, é dividir suas trilhas sonoras por
tema, de forma que você tenha em mãos uma playlist para combate, outra para
vilões, outra para momentos tensos e assim por diante.
Dessa forma fica
prático dar o play na hora que o momento específico surgir na sua mesa. Assim,
ficaria fácil por a playlist de combate para tocar no momento das batalhas, por
exemplo.
Além do que, uma vez
que seus jogadores já conheçam as músicas, automaticamente a associarão ao
clima que você quiser passar. “Eita, a música de tensão começou, então vai
rolar treta!”
4
– Cuidado com o “repeat”...
Posso dizer por
experiência própria... Não ponha uma trilha sonora no modo “repetição” durante
uma cena inteira – a não ser que a cena seja realmente curta – e muito menos
durante a sessão inteira! Esse é um erro que eu já cometi algumas vezes, mas
que percebi assim que um colega mestre também tentou fazê-lo também. Depois de
certo tempo a música passa a ser apenas um barulho que desconcentra, fica
chato, fica incômodo.
Se ainda quiser
tentar, ao menos ponha uma série de músicas e deixe rolar. Mas lembrando: não
exagere! No mais, fica ao cargo da mesa decidir em conjunto por quanto tempo
deixar as trilhas rolando.
5
– Músicas cantadas VS instrumentais
Existe uma diferença
entre o que aqui vamos chamar de “música cantada” e “música instrumental” no
quesito “trilhas sonoras”. E o que seria? Bem, músicas cantadas tendem a fazer
mais barulho, puxar mais atenção para a música em si e não para a inspiração
para a cena ou sentimento. Isso não quer dizer que eles não podem se encaixar
para serem usadas como trilhas para sua aventura. Na verdade, elas só requerem
mais atenção quanto ao uso.
Evite usar músicas
cantadas durante cenas que possuam muitas falas, pois podem mais atrapalhar do
que ajudar. Cena com mais ação ou que não necessitem de muito diálogo casam
melhor com essas músicas. Entenderam?
Já as músicas
instrumentais, principalmente aquelas que foram criadas especificamente para
serem usadas como trilhas sonoras, podem ser usadas de forma mais ampla, pois
não requerem tanta atenção quanto as cantadas. Estão lá mais como música de
fundo, música ambiente.
Saiba os momentos
certos para usar cada um dos tipos e faça cenas memoráveis!
6
– Ouça a trilha, mas primeiro ouça seus companheiros
Isso é o básico de
qualquer coisa em qualquer mesa, na verdade. Se seus amigos não gostam de tal
coisa, evite usá-la na mesa. Simples.
Depois da sessão,
pergunte se todos se sentiram confortáveis com as músicas tocadas, ouça as
opiniões, leve em conta aquilo que seus colegas de mesa mais gostaram. Se
ninguém gostou daquela trilha que você acha que ia ser a mais pica das
galáxias... Bem, o jeito é deixar de usar. Pule pra próxima, essas coisas
acontecem.
Mesmo dentro da
sessão é possível opinar. Se você acha que a trilha que seu colega pôs não
combina nadinha com a cena, avise a ele e logo voltem a se concentrar na cena.
Já aconteceu comigo dos jogadores reclamarem que não achavam que a música que
eu pus combinava com o momento triste... Eu troquei de trilha e seguimos em
frente.
7
– Aprenda com filmes, games e animes
Da próxima vez que
for acompanhar uma dessas mídias, preste atenção em como as músicas são utilizadas
como temas de fundo. Alguns filmes utilizam de forma incrível, casando
perfeitamente; da mesma forma animes podem possuir músicas muito empolgantes,
como a música-tema de determinado personagem.
Apenas aconselho que
vocês não tentem limitar sua narração de acordo com a música... O que quero
dizer? Bem, talvez você tenha imaginado uma cena bem legal para narrar seguindo
os parâmetros e as viradas da música. “Aí nessa parte da trilha eu vou narrar
tal coisa!”
Cara... Isso não dá
certo. Exceto raros casos, não tem como prever a narração de todos na mesa, o
timing de vocês em determinada cena. Tente fazer isso de forma intuitiva, não
force.
Entretanto,
lembre-se: evite as músicas muito marcadas, uma vez que elas podem evocar mais a mídia de onde ela vem do que o clima
do seu próprio jogo. Ou seja, evite usar, sei lá, o tema de Indiana Jones ou de
Darth Vader.
8
– Conheça o gênero...
Saiba aquilo que você
vai mestrar, conheça o tema, conheça a pegada que você quer passar. Se atenha a
isso, lembre-se do clima da aventura. Com isso em mente, fica fácil pesquisar
as trilhas que mais se encaixam e até mesmo organizá-las de acordo com a cena –
como sugerimos no item 3!
Dessa forma, fica
fácil pesquisar músicas do estilo, como por exemplo Power Metal para sua mesa
de Fantasia Medieval ou Dubstep para sua mesa de Cyber Punk.
9
– ... E quebre o gênero!
Particularmente, uma
das minhas dicas preferidas! Essa dica é do pessoal do Terceira Terra e eu pretendo utilizá-la nas minhas mesas, com certeza.
A idéia consiste em
quebrar o gênero da mesa com uma trilha sonora que a princípio nunca seria
pensada para a mesma. Usando por exemplo, um hip hop numa aventura medieval.
“Você ta louco,
Azaroth?”
Sério, tente um dia!
Mas um fator importante é o motivo
da quebra de gênero, pois não adianta simplesmente por um hip hop na aventura
medieval sem ter um real motivo pra isso. Talvez a cena seja uma exploração
noturna da cidade movimentada, talvez seja uma zona barra pesada ou coisa do
tipo.
Tente encontrar algo
que ligue o tema da música à cena que você quer montar, um elo importante entre
os dois. Tente deixar claro aos seus companheiros de mesa esse elo. Vide
Quentin Tarantino e Zack Snyder!
10
– Dicas de trilhas!
Não poderia faltar!
Eu, como mestre, tenho algumas dicas de trilhas que eu mesmo utilizei e algumas
que me foram bastante recomendadas. Então vou recomendar alguns álbuns ou
músicas avulsas. Cliquem nas imagens para acessar as músicas no youtube. Espero que gostem!
New World Symphony, uma sinfonia incrível que foi editada como trilha sonora do jogo Asura's Wrath. Se puderem, confiram toda a trilha do jogo... Mas essa é a melhor! |
Eternal Sonata é um jogo muito bonitinho, sua trilha sonora é baseada na obra de Chopin. |
Não poderia faltar a trilha de Naruto! Muito empolgante! |
Audiomachine é uma banda especializada em fazer músicas para trilhas sonoras e pra mim é a melhor do gênero! |
Rhapsody é uma das minhas bandas de Power Metal preferidas e é muito inspiradora! |
A trilha de Fairy Tail também é incrível e muuuuito empolgante. |
Quer algo mais obscuro, pesado? The Omen, a versão de 1976. |
Espero que as dicas
lhes sejam úteis e que possam divertir muito com as trilhas em suas mesas!
Vocês tem mais alguma dica ou sugestão de trilhas? Comentem aí!
Links úteis:
Só faltou dar sugestão/exemplo de onde as trilhas que indicou encaixam. Bom texto.
ResponderExcluirÉ algo mais intuitivo o quesito "quando usar", então deixei a cargo de vocês... E obrigado, agradeço o comentário :D
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