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Arte por Sanjulian. |
Após libertarem o gênio lunar e terem seus valiosos desejos atendidos, os personagens precisam partir de Hécate, a Lua, e voltar para casa. Mas logo perceberão que não será tão fácil zarpar, pois os temíveis Mestres da Lua estão furiosos com sua intromissão em seu território e desejam saquear tudo o que tenham encontrado em sua incursão à Pirâmide Prateada.
Sobre as últimas sessões
Em nossas últimas sessões, o grupo fez o
impensável: atravessou o cosmos e chegou até a Lua, em busca de uma entidade
aprisionada capaz de realizar seus mais profundos desejos. Os aventureiros
caminharam por uma terrível desolação desértica, encararam criaturas primitivas
e adentraram uma grande edificação — a Pirâmide Prateada, prisão da entidade.
Aprofundaram-se na masmorra e enfrentaram seus perigos, descobrindo os cruéis
Mestres da Lua, responsáveis por toda a desolação e maldade que pairava sobre o
corpo celeste. Após enfrentarem um guardião da pirâmide e libertarem a entidade
lunar, tiveram seus desejos atendidos. Concluíram sua missão. Bastava, agora,
fugir da Lua e retornar para casa.
Confira o restante de nossas
aventuras.
A Galera
Corvus, ladrão de 4º nível, e Djalma, clérigo
d'O Grêmio de 2º nível [Diego]
Manel, elfo guerreiro de 4º nível, e Cicinho,
meio-gigante de 3º nível [Igor]
Beto, ladrão vigarista pastor de 4º nível, e
Scaminosflaw, feiticeiro de 3º nível [José]
Martina, bruxa de 3º nível, e Ximbica,
cangaceiro de 4º nível [Thigas]
Fujam dos Mestres da Lua
Enquanto os personagens finalmente emergiam da
Pirâmide Prateada, puderam ver, ao longe, o temível zigurate dos Mestres da
Lua, carregado nas costas de centenas — quiçá milhares — de nativos kith.
Fumaça e fuligem flamulavam com os poderosos ventos do infindável deserto
lunar, formando a imagem do implacável Sotark, que encarava o grupo com olhos
negros como breu.
Sotark era o Mestre da Lua com quem haviam
entrado em contato enquanto exploravam a masmorra. Ele demonstrou hostilidade
contra o grupo, pois via neles um perigo ao seu total controle sobre Hécate.
Interrompendo o deslumbre e o assombro da
imponente e assustadora visão do zigurate, criaturas reptilianas cruzaram o
céu: guerreiros kith montados em pterodáctilos avançaram em ataque, enviados
por Sotark para dar cabo dos personagens.
O zigurate estava longe, mas os cavaleiros
reptilianos se aproximavam rápido. Os jogadores tinham pouco tempo para decidir
o que fazer. Finalmente, perguntei a eles: o que vocês fazem?
Os personagens, localizados no topo da
pirâmide (que era plano), ergueram suas armas e se prepararam para a abordagem
dos inimigos. O meio-gigante Cicinho e o ladrão amaldiçoado Corvus desceram a
edificação — sua missão era alcançar a Dragonave (a nave espacial em formato de
dragão que haviam pedido ao gênio lunar), ativá-la e salvar seus amigos, que
resistiriam aos inimigos enquanto isso.
O restante do grupo, então, foi abordado pelos
guerreiros kith montados em pterodáctilos — achei que esse conceito seria bem
marcante, e os jogadores parecem ter gostado também.
Um comandante muito gordo e corpulento iniciou
o ataque com um tipo de disparador de energia, mas foi desarmado por um golpe
do guerreiro élfico Manel — um arremesso de lança extremamente preciso. Igor
construiu seu personagem com o conceito de um elfo ancião extremamente versado
em briga, com um grande arsenal de armas para realizar vários feitos de
combate, o que ficou bem legal.
A batalha que se seguiu foi muito intensa. A
bruxa Martina tentava conjurar suas magias, o cangaceiro Ximbica encarava um
dos pterodáctilos e seus respectivos cavaleiros kith, e o sacerdote estelar
Djalma curava os aliados feridos. O combate estava difícil, e os aventureiros
corriam grande risco.
Foi aí que Manel brilhou. Enquanto Corvus
pilotava a Dragonave, aproximando-se dos companheiros, o elfo ancião reuniu
suas forças e realizou um feito extraordinário: saltou pelo ar, utilizando os
pterodáctilos como plataforma, tomou o controle de um deles e investiu contra o
comandante. Uma cena extremamente épica, com boas sacadas e uma boa dose de
sorte. O comandante foi derrotado, e o restante de seus soldados fugiu em
terror do implacável combatente Manel.
A companhia inteira embarcou em sua nova
espaçonave e alçou voo. Ainda tinham uma missão antes de partir: buscar seu
aliado e grande amigo Dollynho, o alien camarada, cuja nave estava quebrada em
algum lugar do deserto lunar.
Batalha no Céu
Mais patrulhas kith aladas surgiram e passaram
a perseguir os personagens, disparando contra a espaçonave durante uma
perseguição frenética pelos céus de Hécate, cujas tempestades de areia e
rajadas solares eram terríveis obstáculos.
Ximbica e o vigarista Beto assumiram o
controle da artilharia da nave, atirando raios laser e derrubando alguns deles.
Meia dúzia de soldados conseguiu saltar no "capô" do veículo celeste
e começou a destruí-lo, tentando causar danos e impedir a viagem do grupo.
Manel, mais uma vez, avançou para o combate. Com a ajuda de Djalma, utilizou
uma escotilha para alcançar o capô, atacando vários inimigos com uma exótica
arma: uma foice com corrente. Corvus realizou uma manobra com a nave,
disparando numa grande subida e derrubando os soldados restantes. O elfo, com
seu equipamento, conseguiu se segurar e escapar do mesmo destino.
Contudo, ainda havia um inimigo — mais
poderoso, grande e imponente: um campeão kith com uma horrenda cicatriz no
rosto. Ele se agarrou ao visor da nave, ameaçando quebrar o vidro e causar
grande caos na sala de comando onde estavam os personagens. Manel não pensou
duas vezes: lançou-se contra o inimigo. Os dois, então, estavam em queda livre,
muito distantes do chão!
Ambos trocaram socos numa batalha no ar — a
mesa inteira intensamente focada na cena —, uma trocação perigosíssima em que
Igor apostou tudo o que tinha para salvar seus companheiros.
Corvus realizou uma manobra perfeita: girou no
ar de maneira quase impossível, tentando pegar seu companheiro de volta e
salvá-lo da morte certa. Manel aproveitou o feito, os dois combatentes se
distanciaram no céu, e Manel conseguiu cair em segurança no capô da nave. O
campeão, entretanto, não teve a mesma sorte: caiu para a morte certa.
Voltando ao interior da nave, o ancião foi
recebido por seus companheiros, espantados e orgulhosos de sua épica façanha.
"Estou muito velho para essas coisas", disse o aventureiro, enquanto
aliviava as costas cansadas.
Resgatem Dollynho
Enquanto o grupo se aproximava do ponto de
queda da espaçonave de seu amigo Dollynho, puderam observar fumaça cinzenta
emergindo no horizonte. Quando o ponto de queda foi alcançado, notaram a origem
da estranha visão: a lataria do veículo estava parcialmente desmontada, um
grupo kith realizando a hercúlea tarefa enquanto era vigiado por um terrível
robô-capataz.
Uma patrulha de soldados biônicos avistou os
aventureiros ao longe, soando um alarme através de um chifre de besta, como um berrante.
O robô-capataz se dirigiu ao centro do acampamento, acompanhado de uma
corpulenta capitã kith, ambos ordenando seus subordinados através de violência.
O grupo se preparou para uma possível abordagem. Mas, antes que pudessem agir,
perceberam seu aliado Dollynho preso numa maca metálica com um capacete que
aparentava disparar descargas elétricas.
Dollynho havia sido capturado e estava sendo
cruelmente torturado. O grupo não poderia deixar as coisas assim.
Em seus avanços militares, outro dos Mestres
da Lua, o robô Dr. Hanchu Krutt, encontrou a nave avariada de Dollynho, o
capturou e utilizava o veículo como uma nova base. O doutor era um cérebro num
jarro, conservado por tecnologia desconhecida e acoplado a um corpo metálico
poderoso, cheio de aparatos mortais.
Dr. Hanchu Krutt já havia se encontrado com o
grupo anteriormente, numa expedição à floresta fúngica, quando foi derrotado
por Cicinho e teve de fugir de seu terrível destino. Enfurecido, agora os
reencontrava, buscando fazer de tudo para esmagá-los com suas próprias garras
metálicas.
Sua base contava com uma tropa de campeões
kith e uma capitã lorde de guerra, além de subordinados escravizados que
realizavam as tarefas. Esses subordinados recebiam castigos constantes de seu
mestre e o temiam mais do que à própria morte. Contudo, havia uma fagulha de
revolta nos corações dos kith, pois um dos desejos do grupo foi ajudar o pobre
povo através do nascimento da coragem em seus corações.
O grupo decidiu ajudar seu amigo
extraterrestre e derrotar o líder robô, salvando os kith escravizados e
incitando-os a se revoltarem contra os cruéis Mestres da Lua.
Seu plano foi usar uma das magias do mago
Scaminosflaw — queda suave —, saltar da nave e fazer um pouso heroico no centro
do acampamento (os jogadores estavam bem inspirados em cenas de ação épica).
Assim o fizeram, mas tiveram de suportar alguns disparos de energia enquanto
alcançavam o chão.
Assim, Manel, Cicinho e, surpreendentemente,
Beto pousaram diante dos inimigos. O doutor robótico e o meio-gigante se
encararam, frente a frente. Chicotes energéticos, pinças poderosas e até mesmo
uma motosserra avançaram contra Cicinho, que se defendia como podia. O ancião
elfo fez um discurso motivador para os soldados kith — mesmo utilizando apenas
gestos e palavras simples, pois não fala o mesmo idioma que eles. Beto se
esgueirava, criando uma armadilha de corda para lidar com a capitã.
Ao verem o grupo enfrentar o Mestre da Lua, os
kith subordinados — cuja fagulha de revolta havia sido acesa — voltaram-se
contra sua capitã, que, mesmo gritando ordens e resistindo bravamente aos
ataques (ela era, afinal, bastante poderosa), mal conseguia conter a traição.
Em meio ao caos, a armadilha de Beto foi finalmente ativada: ele havia amarrado
uma corda a um dos braços do robô, ligando a outra ponta a um gancho preso à
cabeça da capitã. Quando o robô, alheio à emboscada, puxou o braço com força, acabou
arrancando, sem querer, a cabeça da campeã kith.
O meio-gigante, que se defendia dos ataques do
inimigo, finalmente conseguiu revidar, golpeando muito forte com sua clava
pesada e derrubando de vez o guerreiro metálico. Lancei um daqueles clássicos
discursos de vilão e ele finalmente morreu.
Agora que o perigo havia passado, os
aventureiros voltaram suas atenções ao grupo dos kith, a raça alienígena que
habitava o corpo celeste. Com seus conhecimentos básicos da língua (o grupo
tinha boas habilidades com esse tipo de coisa), tentaram convencê-los a se
juntar à sua companhia. Uma curiosidade engraçada é que, como os kith eram
primitivos, selvagens ou algo do tipo, disse que os jogadores só poderiam se
comunicar através de monossílabos, o que gerou um desafio bem legal. Os
jogadores até brincaram, falando que isso era mais difícil que o próprio
combate.
De todo modo, os kith agradeceram a proposta,
mas recusaram. Agora, com a brasa da revolta dentro de seus corações, se
rebelariam contra os Mestres da Lua — Sotark e seu zigurate maldito seriam
destruídos!
Os jogadores concordaram que já tinham feito
sua parte e deixariam a grande tarefa para os habitantes de Hécate. Estavam
ansiosos para voltar a seu planeta natal. Iniciaram os motores de sua Dragonave
e deram um último adeus à lua púrpura.
Conclusão
O encontro inicial, com o grupo no topo de uma pirâmide cercado de inimigos montados em pterodáctilos foi uma das coisas mais legais que me orgulho de ter preparado. A simples imagem mental evoca aventuras no estilo das artes feitas por Sanjulian e Frank Frazetta. A batalha no céu, onde Manel teve uma trocação em queda livre com um líder kith, foi a cena de ação mais insana que já tive em mesa. O jogador mandou muito bem.
A saga da Lua foi um arco imenso de nossa campanha e acabou sendo muito gratificante concluí-la de maneira tão fantástica. Tivemos muitos momentos épicos, tensos ou mesmo apenas engraçados e divertidos. Fico feliz com o andamento do DCC da Galera, e espero que os jogadores estejam curtindo tanto quanto eu.
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