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Diário de Campanha DCC RPG Cap. 10 - A Cidade-Estado de Punjar

By : luh reynaud


Saudações, exploradores urbanos! Após viajarem através dos ermos por tanto tempo, a Trupe do Pacto finalmente vê a imagem de uma grandiosa cidade, a gigantesca Punjar, a maior metrópole desta era. Um merecido descanso e muitas novas possibilidades de aventura se apresentam diante de nossos protagonistas! Quem serão seus aliados e seus inimigos? Quais mistérios se escondem sob suas imponentes muralhas? Descubra tudo isso neste capítulo!

Sobre as Últimas Sessões

Anteriormente acompanhamos a Trupe do Pacto, um grupo de aventureiros mercenários de índole duvidosa, em sua jornada em busca de glória e ouro. Em suas últimas aventuras, enquanto os anti-heróis seguiam caminho rumo uma grande metrópole, defrontaram-se de uma bizarra torre espiral onde repousavam os segredos do ancestral e esquecido povo-serpente. Surpreendidos pela queda de um estranho cometa, o grupo é envolvido na trama de um poderoso e enlouquecido homem-serpente vindo das estrelas e obrigado a lutar por seu próprio mundo. Abençoados pela deusa da lua que libertaram das garras do feiticeiro extraterreno, os aventureiros agora seguem seu caminho mais confiantes do que nunca!


Os Personagens

Arthur Autista – Gibrin, anão lanceiro em incessante busca por poder; e Goblin, o anão possuidor do misterioso sabre de energia negra.

Thiago Thigas – Jorge, o mercenário atirador com paranoias e transtornos de personalidade.

Concita Cabelão – Maria Márcia, anã vaidosa que enfrenta masmorras usando salto e um escudo muito estiloso.

Marco Apocalipse – A adolescente guerreira Annie, estudante da arte da piromancia.

Gaby Raveninha – Ravena, a coveira sacerdotisa do Mago Louco; e a feiticeira canibal Angel.

Nathan Novato – A astróloga andrógena Lucca, especialista em se esconder nas sombras.


A Caminho de Punjar

Duas semanas haviam se passado desde a última aventura da Trupe, que agora se aproximava das muralhas da metrópole que procuravam. Desde então haviam visto belas paisagens em sua jornada, como florestas místicas e cachoeiras de tirar o fôlego. Embora DCC seja mais “direto ao ponto”, indo direto às cenas de aventura, tentei descrever paisagens bonitas e oportunidades para um descanso, para tirar o foco de tanta tensão e perigos das sessões passadas, sabe? Mas o grupo não pareceu comprar muito bem a ideia, então a descartei e narrei apenas por alto como as semanas se passavam.

Em uma das noites de vigília, foram surpreendidos por um predador terrível, mas que logo foi derrubado pelos disparos de um atirador até então misterioso, que logo se revelou como Jorge, o companheiro do grupo que aguardavam! Seu treinamento estava concluído e ele sabia exatamente o que buscar para se tornar ainda mais forte: o lendário Fruto do Diabo, um item tão temido quanto admirado com a capacidade de ceder poderes inimagináveis para aquele que o devorasse.

Com o grupo todo reunido, seus objetivos então convergiam para a maior Cidade-Estado do mundo conhecido: Punjar, magnífica e repleta de possibilidades!

No momento em questão a Trupe escoltava um velho fazendeiro e seu carregamento de maçãs à metrópole, sob a promessa de uma caixa do alimento só para eles. As estradas, dizia ele, estavam sofrendo ataques de criaturas misteriosas e era perigoso demais para um senhor de idade como ele andar sozinho nessas condições. A Trupe parecia estar de bom humor e empática (eles não precisam ser caóticos o tempo todo, né?) e o ajudou, aceitando apenas algumas poucas maçãs como recompensa.

Mesmo de longe, a visão era imponente. Nenhum deles havia estado numa grande cidade anteriormente, tudo era novidade naquele que parecia ser o centro do mundo conhecido. As várias estradas que convergiam para Punjar traziam mercadores de todas as regiões, de todas as culturas e credos. Das fazendas ao redor das muralhas, muitos camponeses observavam a Trupe com espanto e admiração. Numa dessas fazendas ficou o velho das maçãs, agradecendo grandemente ao grupo por seus serviços.

Seguindo então através de uma plantação de milho, Maria Márcia teve um mau pressentimento, como se alguém os observasse… Mas foi interrompida pela fala de dois guardas dos portões de Punjar, que fizeram-lhes perguntas sobre quem eram e quais seus objetivos. Ravena, como a líder e porta-voz do grupo, tomou a dianteira e respondeu que eram um grupo de aventureiros em busca de um lugar para descansar os ossos e satisfazer a fome. Foram aceitos e entraram, curiosos.

Sob as Muralhas da Metrópole

A recepção não foi bem o que esperavam. Deixe-me explicar. Punjar é dividida em distritos, cada distrito recebe o nome de uma cor de acordo com a economia do mesmo e a qualidade de vida das pessoas que lá vivem. Quanto mais escura a cor, mais pobre o distrito é. Pois bem, ocorreu da Trupe do Pacto adentrar pelo portão que levava ao Distrito Marrom, um dos mais miseráveis da metrópole.

Esgotos a céu aberto, residências em péssimo estado, um grandíssimo número de mendigos e doentes nas ruas. Ao longe, entretanto, o brilho dourado das zonas nobres da cidade podia ser visto. Era estranho a cidade possuir tanta riqueza e miséria ao mesmo tempo…

Foram abordados por Cecília, uma garotinha pobre que se apresentava como guia em troca de algumas moedas de cobre. Conheceram alguns dos distritos da cidade, mas não puderam entrar nos mais ricos, pois eram barrados pela guarda local. Finalmente chegaram ao local indicado por Mindinho, o comerciante do vilarejo litorâneo. Uma taverna num beco escuro. Uma fachada quase ilegível apontava a “Guilda Espada-de-São-Jorge”.

Ao entrarem, foram recebidos por olhares curiosos de sujeitos como eles, aventureiros de trejeitos estranhos, mercenários e guerreiros hábeis. O taverneiro, um homem enorme com cicatrizes e músculos em igual proporção, os ofereceu bebidas e perguntou de onde vinham. Quando citaram o nome de Mindinho, o taverneiro ordenou a um dos garotos que lá trabalhava que chamasse o mestre da guilda, que já estava ciente da situação. Descendo as escadas do segundo andar do estabelecimento, se apresentou um homem de meia idade, grisalho, mas de postura altiva e porte físico invejável. Uma cicatriz cruzava seu olho direito, característica que deixava sua expressão séria e temível. Ao mesmo tempo, seu sorriso era caloroso e sincero. Parecia ser um bom homem.

Apresentou-se como Anector, o maior comerciante da região e mestre da guilda Espada-de-São-Jorge. Havia sido informado há poucas semanas acerca do pedido de Mindinho, um mercador de menor porte, sobre um grupo que encaminhava aos seus cuidados. Ofereceu-lhes uma refeição completa e bebida por sua conta, afinal, deveriam estar cansados de sua grande viagem. Descansariam aquela noite e tratariam de negócios no dia seguinte. Ravena e Maria Márcia imediatamente se interessaram naquele bom partido e ele pareceu retribuir o interesse. Passaram a noite toda flertando e se divertindo. Lucca, a ladra do grupo, buscou sacos de ouro que pudesse “pegar emprestado”, mas não foi muito esperta ou hábil em sua tarefa. Esbarrou na guerreira que tentou furtar e causou a maior confusão. Ainda em início de carreira, a pobre Lucca ainda tem muito o que aprender! Jorge, por sua vez, tentou se engraçar com alguma moça da guilda, mas digamos que os homens do grupo não tem o mesmo talento para o flerte que as mulheres.

No fim da noite, Ravena, Maria Márcia e Anector subiram para “tomar um banho” enquanto o restante do grupo se embebedava com cerveja.

No dia seguinte todos estavam devidamente descansados e satisfeitos com a noitada. Agora restava resolver os assuntos importantes. Compraram alguns itens com Anector, como melhores armaduras e escudos, negociaram informações importantes, as quais Anector não cobrou valor algum, apenas por gentileza. Passaram dois ou três dias descansando e negociando até que o homem lhes propôs que se aliassem a ele, entrando em sua guilda. Conseguiria muitas possibilidades de aventuras para os mesmos, mas cobraria uma taxa acima do valor de contratação dos serviços. Muitos nobres e comerciantes procuravam Anector e seus colaboradores, ou seja, aventuras e tesouros não os faltariam. E, bem, Anector tinha muita lábia, era impossível não fazer que ele pedia. Logo, aceitaram o acordo.

Durante uma tarde, uma grande movimentação nas ruas chamou atenção de todos, que prontamente se dirigiram à fonte da comoção. O rei de Punjar fazia um pronunciamento no centro da cidade, cercado de inúmeros guardas e servos. O nobre, careca e levemente corcunda, com uma postura horrível e ar esnobe, afirmava que havia conversado com seus conselheiros por anos a fio para encontrarem uma solução para o problema da miséria da cidade e finalmente haviam encontrado uma resposta. Dizia ele que havia uma bruxa-lagarto na floresta de Ispazar cujos poderes haviam amaldiçoado Punjar. A feiticeira, especialista em enganar e iludir, guardava consigo um cristal que seria a chave para a quebra da maldição. Restava apenas adentrar a floresta, encontrar e derrotar a bruxa… O que não seria tarefa fácil. Tesouro e quem sabe até títulos nobres aguardariam como recompensa àqueles que conseguissem o cristal. Diante dessa possibilidade, a Trupe engrandeceu os olhos, sedentos pelo ouro e pela aventura e Anector logo tratou de usar seus contatos e negociar com o rei.

No fim do da manhã o grupo já tinha em mãos um mapa e os suprimentos que precisariam. Duas mil moedas de ouro seriam sua recompensa!

Entretanto, antes da ida, Jorge tinha mais uma pergunta a fazer ao mestre da guilda: conhecia a lenda do Fruto do Diabo? Se sim, onde encontrá-lo? O homem prometeu-lhe que teria uma resposta mais concreta quando o atirador voltasse de sua missão, mas poderia indicar-lhe um nome: Rahdomir, a cidade-fantasma destruída por bruxas. Jorge cogitou a possibilidade da bruxa-lagarto saber algo sobre o assunto, mas só haveria um jeito de descobrir. Com isso em mente, seguiu o caminho para Ispazar junto de seus companheiros.

Os jogadores se animaram para a saída da cidade e exploração da floresta da bruxa. Gostaram do descanso em Punjar, mas já estavam ansiosos para a ação. A jornada para Ispazar, entretanto, ainda tomaria algum tempo… Pensando nisso, resolvi esquentar um pouco as coisas com um encontro que eu já estava planejando. Enquanto se afastavam das muralhas da metrópole e atravessavam novamente os milharais, foram pegos de surpreso numa emboscada onde um grupo de misteriosos humanoides cobertos de escamas negras saltou da vegetação para assassiná-los. Os sentidos da Trupe, contudo, estavam aguçados após sobreviverem a tantos perigos e conseguiram desviar de todas as investidas.

O contra-ataque foi potente e letal. Os combatentes com suas armas e manobras impressionantes, enquanto os conjuradores mantinham distância e lançavam feitiços quando necessário. Em um momento crucial Maria Márcia lançou um de seus lasers e queimou vários inimigos e uma boa parte da plantação de uma só vez. Capturaram um deles e descobriram que não se tratavam de homens-répteis como imaginavam, mas sim humanos disfarçados. Aquele que haviam capturado era apenas um bandido de estrada que havia sido contratado para a tarefa, mas não sabia nada sobre seus contratantes, apenas que deveria causar medo nos aldeões e capturar alguns vivos.

Vendo que o bandido não seria de muita utilidade, Ravena o tomou como sacrifício para mais tarde, na floresta da bruxa. Há algumas semanas não realizavam novos rituais, já era hora de honrar o nome da Trupe.

O sol começava a baixar quando chegaram na borda da floresta de Ispazar e o clima no local era nitidamente pesado e sombrio. As árvores eram macabras e pareciam observar seus movimentos, o ar era sobrenaturalmente gelado e a copa da floresta obstruía a maior parte dos raios solares, tornando o ambiente bastante escuro. A Trupe se entreolhou. Com certeza estavam no local certo.

Fizeram os preparativos para um novo ritual profano onde tentariam invocar a bruxa, mas, antes que terminassem, sentiram um calafrio na espinha. O vulto de uma velha senhora os observava ao longe. Era a bruxa-lagarto e ela era medonha.


Conclusão

O capítulo de hoje foi ligeiramente mais curto e menos denso, mas, como eu havia dito anteriormente, isso é proposital. Mais curto por conta do relato mais corrido – estou alguns diários atrasados e estou tentando acompanhar a campanha. Menos denso porque a sessão foi mais tranquila, uma sessão de descanso e interpretação.

Os personagens já se aproximam do 5o nível, o que é um grande feito em DCC RPG! Sobreviver em um mundo cruel e cheio de perigos mortais é digno de ser cantado por todas as eras! Mas e vocês, o que estão achando da campanha? Quais seus personagens preferidos?

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