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Arte comissionada especialmente para a Trupe do Pacto. Ilustra Lucca, Ravenna, Angel e Maria Márcia em sua incursão à Torre da Pérola Negra. Por Crawlstilho. |
Após a trágica morte de dois dos companheiros mais valiosos pelas garras de uma entidade maldita, a Trupe do Pacto decidiu buscar uma forma de retornar seus aliados de volta à vida. Para isso precisariam das Velas Místicas de Sezrekan, seladas na lendária Torre da Pérola Negra.
Eu e meu grupo iniciamos bem o ano, com o tão aguardado retorno da Trupe do Pacto – a campanha estava em hiato há quase seis meses e os jogadores já estavam puxando minha orelha pra voltarmos. E depois de retomar o ânimo (e a carga de bizarrices que DCC evoca tão bem), chamei todo mundo, marcamos a data e rolamos os dados. O resultado dessa nova aventura você pode conferir logo abaixo, no capítulo 13 de nosso diário de sessão.
Sobre as Últimas Sessões
Anteriormente
acompanhamos a Trupe do Pacto, um grupo de aventureiros mercenários de índole
duvidosa, em sua jornada em busca de glória e ouro. Após uma batalha intensa
contra uma perversa entidade meio-aberração e meio-dragão, o grupo conseguiu o
tão cobiçado Fruto do Diabo. O preço pago, entretanto, foi alto demais: dois de
seus companheiros mais leais, a guerreirinha Annie e o atirador Jorge, tiveram
suas vidas ceifadas. Ravena e Pedro tiveram uma ideia de como retornar seus
aliados de volta à vida. Mas digamos que essa ideia necessitaria de um algum
tempo. Dez anos, pra ser um pouco mais precisa.
Confira o restante de nossas aventuras.
Os membros da Trupe
Gibrin,
anão guerreiro, 3º nível; Goblin, anão protetor, 3º nível [Arthur].
Pedro
Joaquim, clérigo do deus-titã das florestas, 1º nível [Thigas].
Maria
Márcia, anã guerreira 3º nível [Concita].
Ravena,
sacerdotisa de Sezrekan, 3º nível; Angel, feiticeira infernal 3º nível [Gaby].
Lucca,
ladra mercenária, 2º nível [Nathan].
Retorno à Torre da Pérola Negra
As marés
iam e vinham calmamente, a água quase como um espelho tão negro quanto o céu
noturno. À luz do luar, um navio deslizava nas águas, seu balanço acompanhando
o vai-e-vem das ondas. A bordo do Mariah Negra, antigo navio pirata, um grupo
de aventureiros, mercenários e feiticeiros se apresentava, desafiando o breu
que os rodeava. Autointitulados “Trupe do Pacto”, o grupo havia cultivado fama
por diversas terras e destruído entidades que se puseram em seu caminho. Desta
vez, os aventureiros ousavam desafiar a própria Morte: tentariam trazer dos
mortos seus companheiros caídos em aventura.
Após
quase uma década de espera, viram a deslumbrante e assustadora Torre da Pérola
Negra emergir mais uma vez. Em posse do Tomo da Vida e da Morte que saquearam
da construção em sua última incursão, poderiam reacender as lendárias Velas Místicas
de Sezrekan e ressuscitar seus aliados.
Maria
Márcia se escorava ansiosa na proa da embarcação, pois haviam se passado quase
dez anos desde sua última grande aventura. Seu sangue pedia por mais perigos.
Ao mesmo tempo estava temerosa pelo que poderiam enfrentar, pois com a idade
também adquiriu cautela.
A ladra
Lucca traçava o caminho observando as estrelas enquanto Gibrin, o anão, guiava
o timão, manejando o navio com suas poucas habilidades. Gibrin possuía o olhar
distante e vazio de um homem cansado, pois percebeu durante esses quase dez
anos que sua busca incessante por poder era vazia e sem sentido. Agora, apesar
de seus modos ainda bárbaros e impulsivos, trataria de proteger seus amigos e
entes queridos. Goblin, por outro lado, parecia ter assumido os antigos anseios
de seu colega, uma vez que, através de seus estudos, viu que o poder era a
escalada natural do guerreiro, independentemente dos meios.
Ravena e
Pedro meditavam no convés, buscando contato com suas entidades, enquanto Angel
apenas observava as ondas ostentando suas novas tatuagens e roupas num estilo místico,
similar ao que conhecemos como hinduísta.
Tirei
alguns minutos da narração para lembrar eventos importantes da campanha,
descrever o ambiente e trazer todo mundo para sensação que eu queria passar.
Pedi aos jogadores também uma breve descrição da personalidade e objetivo de seus
personagens, que poderiam ter mudado na virada da década.
À medida
que se aproximavam da fantástica edificação, viam ela se erguer mais e mais,
seus blocos de pedra negra infestados de algas, corais e algumas criaturas
marinhas. O silêncio só era perturbado pelo barulho das ondas quebrando na
construção escura… E então, subitamente, emergiu das águas uma figura
aterradora: de madeira apodrecida e repleta de algas de aspecto tóxico, uma
embarcação fantasma se pôs à esquerda da torre. Seus tripulantes, mesmo ao
longe, pareciam bradar com fúria de ataque. Era uma emboscada!
Manejando
o timão, a Trupe procurou esconder a figura de seu navio utilizando a torre
como cobertura, mas puderam perceber que os inimigos preparavam uma espécie de
balestra para o ataque. Com um disparo estrondoso como um trovão, um projétil
semelhante a um gancho de quatro pontas atravessou as paredes da torre,
prendendo-se no casco do Mariah Negra. Impressionados com a potência
sobrenatural do disparo do arpão e preocupados com a condição de seu navio, a
Trupe previa o momento da investida final de seu inimigo que mal conheciam.
Lucca
tomou a dianteira, puxou seu telescópio e o utilizou como luneta para ver quem
diabos eram aqueles. Sua visão estendida a revelou sujeitos de trajes piratas e
características anfíbias, como se aqueles fossem um tipo de povo do mar. Além disso,
identificou um indivíduo mais altivo guiando o navio – provavelmente o capitão.
Ouvindo a descrição de Lucca, a Trupe rapidamente conseguiu reconhecer quem era
seu algoz: o terrível capitão Quenn, que há dez anos foi derrotado e humilhado
pelos aventureiros. Planejando sua vingança, Quenn sabia que apareceriam quando
a torre emergisse mais uma vez.
O arpão
preso a um tipo de corda metálica começou a puxar o Mariah Negra, sinalizando
que a aproximação dos navios era inevitável. A água, começando a entrar pelo
casco destruído acrescentava urgência à situação. Olhei no fundo dos olhos dos
jogadores e perguntei “e então, o que vocês fazem?”. E, cara, eu adoro falar
isso.
Invasão e Urgência
Após uma
rápida conversa, o grupo concordou em tentar usar a corda metálica do arpão
como ponte para adentrar a torre através do buraco recém-aberto. Era uma tarefa
difícil, uma vez que o balanço do mar e o próprio movimento da corda sendo
puxada atrapalhava o equilíbrio, tanto que dois dos personagens acabaram caindo
na água, embora tenham sido rapidamente puxados de volta com uma corda do
grupo. Estavam dentro da torre, mas os piratas de Quenn se aproximariam em
pouco tempo. E agora?
Maria
Márcia tomou as rédeas da situação, se concentrou por alguns segundos e agiu da
melhor forma que sempre lidou com problemas: disparando suas rajadas mágicas.
Dois feixes de luz branca foram disparados do peitoral da anã, atingindo o
navio pirata em cheio e causando alguns estragos.
Os
marujos maléficos pareceram se mover desesperados, tentando consertar o casco
quebrado, dando algum tempo para a Trupe agir. Com alguns minutos para respirar
e olhar em volta, a Trupe se viu num salão circular com três portas dispostas,
cada qual com uma imagem de dragão ornamentando os umbrais. Os olhos das
imagens eram vazios, sem globos oculares – que, pelo que os aventureiros bem
lembravam, outrora eram providos de joias (devidamente saqueadas na última
incursão). As portas pareciam cobertas por véus de escuridão, impedindo a
passagem. Entretanto aquilo não era problema para os aventureiros, cujo
objetivo se encontrava além das escadarias, próximo do topo da construção de
Sezrekan.
Cruzando
o salão, os aventureiros correram rumo às escadarias, e então sentiram o chão
estremecer. Aquela perturbação toda, com certeza, desmoronaria a torre logo,
logo. O senso de urgência era imenso, a Trupe não poderia perder sequer mais um
segundo. As escadas ascendiam em espiral, enquanto muito pó e alguns pedaços de
rocha se desprendiam das paredes, onde até mesmo as estátuas decorativas
pareciam estremecer.
Logo um
grande bloco pareceu se quebrar lá do alto e cair com tudo no chão, levando
consigo alguns lances de degraus. Perguntei aos jogadores qual era a ordem de
marcha e pedi um teste de Sorte para cada um: aqueles que falhassem perderiam o
chão, uma vez que os degraus sob seus pés cederiam. Gibrin, Goblin e Maria
Márcia foram os únicos a cair, sofrendo algum dano na queda. A anã guerreira,
com alguma dor, levantou o olhar e viu que a estátua de um tipo de selvagem se
revelava diante de si. Uma rachadura na parede pareceu de alguma forma
perturbar seu estado imóvel, pois a estátua tomou vida, puxou suas armas de
pedra e saltou ao ataque! Olhando para o lado enquanto se defendia com seu
escudo mágico, Maria Márcia tentou chamar seus amigos anões para ajudá-la, mas
viu que eles encaravam a mesma situação, sendo atacados por panteras de pedra.
Ravena,
Angel, Lucca e Pedro Joaquim observavam atônitos enquanto seus amigos se
encontravam em maus lençóis. Contudo o som de um novo disparo idêntico ao do
primeiro arpão de Quenn os despertou para a realidade. Pouco depois do disparo,
foi ouvido um bater de metal em rocha, vindo bastante do alto, como se Quenn
mirasse no topo da torre. Provavelmente, ele tentaria cercar o grupo por cima e
por baixo. Ravena olhou para baixo, gritou para que seus amigos se cuidassem e
pediu para que Goblin jogasse o livro sobrenatural que havia saqueado da última
vez. Segundo a Trupe se lembrava, o livro era a chave pra ativar a
ressurreição. Concordando em seguir em frente com o plano, Goblin lançou o tomo
de capa negra pro alto e logo se voltou aos oponentes em sua frente.
Subindo
um pouco pela espiral de escadas, Ravena deu de cara com um grande vão entre os
degraus, impossível de ser transpassado por saltos normais. A ladra Lucca atou
sua corda ao arpéu que possuía, prendeu numa pedra do outro lado e ajudou seus
colegas a passarem. Abaixo, a força dos anões se mostrou muito superior às estátuas-vivas
que os confrontavam. O conjunto de força bruta e estratégia em combate rapidamente
derrubou os construtos. Entretanto, o som dos passos de seus inimigos começarou
a ecoar abaixo. Os piratas estavam chegando nas escadas.
Gibrin, Goblin e Maria Márcia se entreolharam e concordaram em correr o mais rápido possível, subindo os degraus e evitando um combate com os piratas que estavam em seu encalço. Mas, chegando ao vão que seus companheiros haviam atravessado há pouco, souberam que teriam grandes problemas.
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Arte do Livro Long John Silver Gesamtausgabe. |
A Câmara das Velas Místicas
Ravena e
os outros finalmente terminaram de subir as escadarias, mas acabaram se deparando
de um terrível problema: as escadas terminavam num vão imenso, quase sete
metros antes de chegar no andar superior, que, por sua vez, tinha quase metade
do chão desmoronado. O bloco de pedra que havia caído há poucos minutos era o
chão do andar que buscavam, e agora era quase impossível chegar ao salão acima
– a câmara das velas místicas.
O salão,
por si só, possuía uma aura impressionante. Era circular, com velas adornando bases
cerimoniais presas às paredes. Um pedestal negro se punha no centro do salão
enquanto murais mostrando a histórias de heróis e magos enfeitavam as paredes.
Apesar do desmoronamento, as velas pareciam intactas, contudo o mesmo não
poderia ser dito da aura do salão. Talvez pela perturbação, a magia ancestral
da torre começou a se condensar num tipo de nuvem avermelhada que flutuava
acima do centro da câmara, misteriosa e inconstante. Diante de tal situação, a
Trupe se via de mão atadas. Mas foi aí que a ladra passou a brilhar.
Lucca,
sabendo que seus colegas nunca conseguiriam atravessar o imenso vão que levava
ao salão, tomou o livro místico consigo e saltou se segurando nos blocos nas
paredes, apoiando seu peso em reentrâncias que só ela mesma conseguia ver. Para
seus amigos, era como se a ladra estivesse escalando como uma verdadeira aranha
(o que, posteriormente, a rendeu o hilário apelido de “miranha”). Ela terminou
a escalada e finalmente pôs os pés no salão místico. A nuvem acima pareceu
reagir à movimentação e se moveu também, como se estivesse prestes a explodir,
mas, para o alívio da ladra, logo se acalmou. Lucca, observando aquilo,
perguntou a seus colegas o que fazer. Então lembrou-se que carregava em sua
bolsa uma antiga companheira, a galinha Berenice. Era hora de testar uma coisa.
Enquanto
isso, mais abaixo das escadas, os anões se esforçavam para a atravessar o vão,
mas suas pernas curtas dificultavam demais o processo, mesmo com a ajuda da
corda e arpéu deixados para trás por Lucca. Goblin conseguiu cumprir a tarefa
com o apoio de seus braços fortes e tentou segurar a corda de forma a ajudar
seus amigos. Após caírem algumas vezes e se ferirem gravemente, Maria Márcia e
Gibrin sabiam que estavam com sérios problemas, uma vez que ouviam os piratas
subindo as escadarias. Tentaram mais uma vez. Falharam. A queda quebrou o
pescoço dos dois. Estavam mortos.
Sem tempo
para lamentar a perda, Goblin recolheu a corda e subiu os últimos degraus com
velocidade máxima, informando a Ravena sobre o ocorrido. Ravena gritou a Lucca
que se apressasse e tentasse ressuscitar também Maria Márcia e Gibrin, mortos
de maneira tão vergonhosa.
Ok, sem
tempo, sem informações exatas de como fazer e com malditos piratas no encalço,
Lucca teria de se virar pra resolver o problema, pois era a única que conseguia
entrar na sala.
Primeiramente,
a ladra lançou sua galinha na frente do pedestal e verificou que a movimentação
perturbava a nuvem escarlate acima, que por sua vez causava espasmos e ventos
que sopravam por todo o lugar. O vento apagou algumas velas e isto causou um
silêncio perturbador. Ao olhar para trás, a Trupe viu que Goblin jazia sem vida
escorado na parede. Assustada, a galinha Berenice aquietou-se. Lucca começava a
entender melhor o lugar.
Nesse
exato instante, um dos piratas desceu do andar superior, correndo e bradando
gritos de guerra. Atravessou o salão e mirou sua cimitarra manchada de sangue
seco no pescoço da ladra, errando por pouco. A perturbação afetou novamente a
nuvem, mas desta vez causou um raio de pura energia arcana direcionado a
parede. O raio causou rachaduras, piorando a situação da construção. Sem poder
recuar, Lucca puxou suas adagas e começou a se defender, utilizando um sabre
antigo que possuía para atacar. O curto combate perturbou novamente a nuvem que
tornou a apagar algumas velas. No final, a cabeça do pirata caiu decepada ao
chão. Mas os sons de passos acima revelavam que logo, logo mais deles
chegariam.
Pedro
Joaquim, Angel e Ravena gritaram para que Lucca utilizasse o anel de piromancia
para criar um jato de chamas e reacender as velas, mirando naquelas que haviam
se apagado quando Goblin morreu. Lucca, então, ativou o poder do anel e criou
um leque flamejante. Rolei para saber o que aconteceria e o jogador tirou a
sorte de não só reacender a vela de Goblin, como também as de Gibrin e Maria
Márcia. Os três personagens, entretanto, perderiam um ponto de Vigor e um ponto
de Sorte. Ninguém disse que seria fácil ir e voltar do mundo dos mortos.
Goblin
não perdeu tempo e voltou rumo a seus irmãos anões, na tentativa de ajudá-los
novamente a subir. Maria Márcia, que acordou gritando em angústia que não havia
nada no pós-vida, saltou e agarrou a corda, desta vez conseguindo subir. Gibrin
fez mesmo, mas calado, diferente da outra. Os piratas chegaram no mesmo
instante, mas Goblin puxou a corda antes que eles a utilizassem para também subir.
Ficaram os três defendendo aquela zona e impedindo que os piratas conseguissem
atravessar, resistindo aos disparos de adagas que lançavam. Os piratas,
contudo, começaram a se enraivecer e seus corpos estremeceram enquanto sua pele
se tornava escamas monstrruosas. Estavam se transformando em homens-peixes!
Sabendo
que não tinha mais cargas no anel de piromancia nem tempo para testar uma vela
de cada vez, o jogador de Lucca me disse que tentaria verificar as velas pra
saber se tinham mais alguma coisa. Falei que todas tinham inscrições na base,
como runas ou algo do tipo, mas era algo que a ladra não conseguia compreender.
O jogador verificou a ficha e disse que tinha uma habilidade para compreender
linguagens e pediu pra rolar um teste. Permiti – e o desgraçado conseguiu um
número alto no teste. Narrei que Lucca compreendeu que aquela escrita eram
nomes de pessoas, alguns heróis e magos famosos. O jogador Nathan ligou uma
coisa à outra e passou a buscar nomes conhecidos de companheiros caídos cujo
nome estava escrito no tomo da vida e da morte.
Pedi que
os jogadores informassem no máximo quatro personagens mortos e eles logo me
disseram quais nomes tentariam encontrar: Jorge, Annie, Dandara e Menino Ney
(um personagem morto nas primeiras aventuras de Gibrin e Goblin). Pedi para que
Lucca rolasse um teste para cada um dos nomes e eleasó conseguiu sucesso nos
dois últimos. Ao rasgar um pedaço de pano da roupa, para acender numa das velas
e passar a chama para as velas de Dandara e Ney, Lucca foi surpreendida por
mãos de fogo – uma armadilha para afastar invasores – que chamuscaram sua pele.
Ignorando a pequena queimadura, a ladra reacendeu as duas velas.
Ravena
imediatamente chamou Lucca de volta, pois deveriam sair dali antes
desmoronamento total. A ladra, que agora se movia de forma a perturbar o mínimo
possível a nuvem acima, catou sua galinha de estimação, pôs na mochila e saltou
rumo aos blocos, visando descer até as escadas. Nesse exato momento, a figura
do temido capitão Quenn surgiu como um relâmpago atravessando o salão, sua
lâmina negra sedenta por sangue. Num salto, tornou Lucca alvo de seu ataque.
Entretanto, ignorante acerca da nuvem arcana, a perturbação do capitão causou
ventos poderosos que apagaram algumas velas. Para minha surpresa e de todo o
grupo, a vela do próprio Quenn se apagou no processo! Seu salto foi
interrompido e seu corpo caiu inerte no imenso vão, caindo da altura de todo o
lance de escadas e se tornando uma pasta de carne no chão da torre.
Fuga
Os
piratas metamorfoseados em homens-peixes urraram diante da morte de seu capitão,
enquanto a Trupe, unida, descia as escadas por uma corda e evitava bater de
frente com os inimigos. Alguns dos monstros saltaram e perseguiram o grupo, que
evitava ataques diretos e adagas arremessadas.
Feridos
pelas investidas de seus inimigos, os aventureiros se viram confrontados
diretamente pelo que parecia ser o imediato de Quenn, um homem-tubarão de mais
de dois metros de altura e grandes músculos proeminentes. Diante disso, tomaram
a decisão mais sábia possível: deram um “olé” nele e continuaram a correr.
Apenas Goblin foi obrigado a ficar para trás segurando os ataques enquanto seus
parceiros prosseguiam. Uma vez no fim das escadarias, avançaram para a câmara
dos portais misteriosos. Lucca sugeriu averiguar antes de fugirem, mas Ravena
recusou prontamente, afirmando que morreriam se o fizessem.
Goblin,
num combate direto contra o homem-tubarão, sofreu muitos riscos, mas conseguiu
derrubá-lo e correu para junto de seus companheiros, no salão abaixo.
Agora que
estavam prestes a sair, viram que seu navio, o Mariah Negra, não tinha mais
como levá-los – o buraco no casco era imenso e a embarcação estava pronta para
afundar. Ao olharem para trás, entretanto, tiveram uma ideia.
Pedi
testes e desta vez todos conseguiram: usaram a corda metálica para atravessar e
chegar até o navio dos homens-peixes. Ao subirem na proa, foram recebidos por
alguns marujos que, morrendo de medo daqueles aventureiros que conseguiram
matar seu capitão e o imediato, preferiram saltar no mar do que ter o mesmo
destino!
A cena
final mostrou Gibrin guiando o navio lendário, Garra de Cthulhu, enquanto
fugiam dos homens-peixes que nadavam em seu encalço. A lua, ainda alta no céu,
iluminava pela última vez a Torre da Pérola Negra, cujo poder se encontrava
fraco demais para emergir mais uma vez.
Conclusão
Sempre
adoro incluir piratas e tretas marítimas em minhas aventuras, é uma temática
que me diverte muito. Os jogadores também pareceram se divertir demais,
principalmente pelo extremo senso de urgência e catástrofe que permearam toda a
aventura. A personagem de Nathan, Lucca, brilhou demais na aventura, resolvendo
vários problemas com suas habilidades de ladra. Nunca tinha visto a classe
ladrão em ação em DCC, devo dizer que me surpreendeu muito, é muito única
dentro do sistema.
Olá Lucas, que bom que esse seu blog existe, está sendo uma bom passatempo nessa pandemia. Vou ler tudo e comentar quando tiver algo a dizer. valeu
ResponderExcluirSaudações, Seph, fico muito contente com o teu comentario! Continue acompanhando, vou sempre buscar postar coisa nova da Trupe!
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