Posted by : luh reynaud sexta-feira, 22 de janeiro de 2016


Saudações, seres desorganizados! Muitas pessoas tem tendência a serem bagunceiras, levando o caos aonde quer que vão, ao contrário de outras, que possuem paciência suficiente para montar tudo nos conformes. Ainda há outros, como este que vos fala, que possuem “organização seletiva”, sendo bagunceiros com certas coisas e altamente perfeccionistas com outras.

Dentre os itens em que sou bastante organizado, ponho em destaque meu trabalho com RPG – sempre monto pastas, arquivos, aventuras e afins da forma que considero mais ordeira! Eis que, lendo alguns manuais interessantes de RPG, me deparo com uma forma utilíssima de se organizar campanhas: utilizando-se do fichamento.


Fichamento de Campanha

De acordo com o manual Besm d20, fichamentos são bastante úteis para a organização da suas campanhas, as deixando coerentes, coesas e concisas. Imagine que a sua campanha é um tipo de livro, filme ou anime: qual seria o gênero dela? E a categoria? Sobre o que trata? E o que a diferencia de outras campanhas? Responder a essas perguntas é de vital importância para a criação de uma boa história. É aconselhável que o mestre o os jogadores atuem em conjunto para montar o fichamento, para que a decisão seja do agrado de todos.

O primeiro de tudo é definir uma categoria: que rumo segue a campanha? Termos como “viagens espaciais”, “expedição a selva” ou “detetives sobrenaturais” são suficientes para montar um caminho a seguir. Lembre-se que o importante é isso, categorizar a história, para que possamos saber o que ela é e o que ela não é. Aqui entramos também no que é permitido na série: violência gratuita, intrigas políticas corruptas, sexo e afins. Uma boa conversa envolvendo o grupo inteiro de jogo é muito importante nessa parte, para que se defina o que é aceitável.

Depois temos que escolher a ambientação, onde se passa história. Isso também afeta muito o jogo, pois uma mesma categoria pode ser usada de forma diferente em várias ambientações. “Investigação sobrenatural” pode ser usada tanto em um cenário moderno, quanto em mundos fantásticos, gerando interpretações distintas. Delimitar a ambientação também ajuda na caracterização dos personagens jogadores – afinal, um soldado espacial não se encaixaria nada na revolução francesa.


Em seguida, decretamos o gênero. Quando assistimos a um filme ou série, sempre nos atentamos ao gênero, para que saibamos o que esperar dele – se for comédia, esperaremos boas risadas, se for ação, combates épicos, e assim vai. O mesmo vale para uma boa campanha de RPG!

Logo chegamos ao tema, que nada mais é do que o assunto tratado na série. É importante que não se confunda “categoria” com “tema”, afinal o primeiro mostra o caminho, enquanto o segundo define aonde se quer chegar. Uma boa forma de se montar um tema é através de uma frase que a resuma. Por exemplo, a categoria “viagens espaciais” poderia ser utilizada em conjunto com o tema “a jornada entre galáxias perdidas”.

Agora chegamos a uma das partes mais legais: a sinopse. Aqui é imprescindível a ação conjunta dos jogadores e do mestre: montar uma boa sinopse depende do background dos personagens, da ambientação da campanha e da situação-problema montada pelo mestre. É interessante caprichar bastante nessa parte, de forma a captar os jogadores e prendê-los na trama. Algo importante a ressaltar é que a sinopse não deve ser usada para prender o jogo, apenas para delimitar o principal enfoque do mesmo. Sua sinopse pode se relacionar com “expedições bandeirantes”, mas você pode se utilizar de intrigas políticas do Império tranquilamente.

A última coisa a se fazer é criar um título para a série, e devo dizer que essa parte é muito importante, pois esse será o que salta aos ouvidos, o que chama atenção antes de tudo. Algo clichê ou muito vago poderá deixar a desejar aos jogadores e àqueles que acompanham as aventuras de seus heróis, então tome cuidado e seja criativo. Baseie-se em nomes de livros, séries e filmes que tratam de assuntos semelhantes. Assim, poderíamos ter “Caçada aos Olimpianos” para uma campanha baseada na cultura grega; e “Sob o Fulgor da Lua Cheia” para intrigas entre vampiros e lobisomens. Não é necessário ser completamente original ou criativo – não somos diretores de Hollywood ou escritores renomados –, apenas é importante manter o nível. Se “Valentes Guerreiros” soa bem para você e para seu grupo, use-o.

Por fim, demonstrarei um exemplo de fichamento, me utilizando da idéia de minha mais nova campanha de Tormenta RPG, onde vocês poderão visualizar melhor como montar cada um dos aspectos da campanha.

Nome: Contos do Oceano
Categoria: Fantasia Heróica
Ambientação: Mundo Medieval-Mágico
Gênero: Ação, Comédia e Fantasia
Tema: “Jornada Através do Oceano”
Sinopse:
“O mar esconde vários segredos, muitos deles talvez nunca sejam descobertos. Criaturas inimagináveis, templos submersos, passagens marinhas esquecidas, ilhas estagnadas no tempo, povos aquáticos exóticos. E o mais importante: jornadas cheias de aventura e perigo. Os corajosos se lançam ao mar com avidez, buscando nele, de alguma forma, encontrar o caminho para seus objetivos – e o pai-oceano é generoso com os aqueles de coragem, ajudando-os a se fortalecer, encontrar aquilo que procuram e enfrentar seus perigos. Ah, este mar infindável tem tanto a nos contar... Sente-se, marujo, e ouça os contos do oceano, mas tome cuidado para não ser tragado pelas ondas.”


Lembre-se que o importante é organizar a campanha juntamente com seus amigos, para que ela agrade e divirta a todos. Não se acanhe caso queira incluir fatores diferentes do que em geral se vê nas séries, filmes e sagas. Estamos jogando RPG, e não montando roteiros épicos dignos do Oscar. RPG é contado diferente das histórias que vemos por aí, pois o universo muda e se molda o tempo todo. O fichamento apenas mantém tudo rodando da forma correta, como deveria ser. Mas e vocês, como organizam suas campanhas e histórias? Comentem aí!

Leave a Reply

Subscribe to Posts | Subscribe to Comments

- Copyright © Crítico 6 - Date A Live - Powered by Blogger - Designed by Johanes Djogan -