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- Diário de Campanha DCC RPG Cap. 5 - A Tumba dos Reis Selvagens
Posted by : luh reynaud
sábado, 23 de março de 2019
Saudações, exploradores de masmorras! Há eras
passadas, reinava o senhor selvagem Ulfheonar, o predador soberano, cujos
tesouros ancestrais mais de uma vez despertaram a cobiça de vários saqueadores
de túmulos, que, entretanto, jamais retornaram. Sob a luz da aurora de novos
dias, aventureiros levantam-se em busca das relíquias mágicas esquecidas, dispostos
a sacrificar suas vidas em busca de glória!
Sobre
as últimas sessões
Recém-chegados nas proximidades do vilarejo
de Hirot, os aventureiros se veem em meio a uma terrível maldição, na qual um
cão-demônio castiga as pobres almas que lá habitam. Decididos a ajudar, estes
bravos guerreiros enfrentam a besta, apenas para descobrir que a mesma retorna
intacta na noite seguinte! Com sangue de demônio em suas mãos, o grupo se
envolve em pactos profanos para adquirir poder, o que lhes deu o título de
Trupe do Pacto. Sem o apoio dos líderes de Hirot, a Trupe agora avança ao
Norte, abandonando Hirot à própria sorte. Contudo, interrompendo sua marcha,
descobrem uma tumba perdida onde relíquias forjadas num passado sangrento
aguardam para ser saqueadas.
Desenhos da jogadora Gaby para nossa campanha! |
Os
Personagens
Arthur Autista – Gibrin, anão ex-ferreiro que
busca glória através de seu machado; e o anão protetor chamado Goblin.
Thiago Thigas – Jorger, o escudeiro
paranoico; Manuel, dragqueen clérigo do deus-sapo.
Concita Cabelão – Maria Márcia, anã
mineradora vaidosa que enfrenta masmorras usando salto.
Marco Apocalipse – A pequena orfã guerreira
Annie; o mago pacifista Brook; e Joseph, o guerreiro cava-buracos.
Gaby Raveninha – Ravena, a coveira
sacerdotisa do Mago Louco; a feiticeira canibal Angel; e Valentina, a anã
esquiva.
A
Tumba dos Reis Selvagens
Advertidos acerca dos tesouros e perigos que
poderiam habitar na tumba ancestral, os personagens, após um merecido descanso,
puderam refletir sobre suas experiências e adquirir novas capacidades. Alguns
fortaleceram sua mente e corpo, enquanto outros foram contatados em sonhos por
entidades poderosas. Armados com sua astúcia, sorte e alguns novos truques, a
Trupe do Pacto estava pronta para confrontar aquela masmorra e saquear o que
quer lá houvesse.
Pessoalmente, senti falta de um ladino no
grupo e pode ser que mais para frente os jogadores passem por apuros, mas vamos
ver no que dá.
Com suas tochas e lamparinas em mãos, o grupo
desceu através da gruta subterrânea, onde foram recebidos por paredes rústicas
esculpidas na própria rocha, nas quais pinturas rupestres mostravam animais
selvagens sendo caçados por grandiosos guerreiros bárbaros. Logo a frente se
depararam com o salão no qual seu companheiro cavalariço encontrou seu fim,
caindo num fosso profundo de onde não mais retornou. Pedi testes simples para
que os aventureiros não escorregassem pelo chão íngreme e encontrassem o mesmo
destino, mas os malditos sortudos tiveram sucesso na tarefa. A serpente de água
que havia os perseguido parecia não ser mais um perigo, mas eles não sabiam que
outro tipo de criatura os observava.
Adentrando um novo corredor, a Trupe
continuou em sua marcha cuidadosa, sempre averiguando as passagens que encontravam.
Uma escadaria com manchas de sangue fresco se estendia logo à esquerda,
enquanto, pouco mais adiante, à direita, era possível observar outra seção de
degraus que levava um portão duplo de rocha. À frente, tudo que conseguiam ver
era a escuridão. O clérigo do deus-sapo orou a sua entidade e recebeu uma visão
enigmática, na qual uma passagem estreita os levava a um brilho prateado. Com
essa informação, o clérigo possuía mais ou menos uma ideia de por onde seguir
para encontrar o tesouro.
Com medo das manchas de sangue, mas
resolvendo explorar o lugar, o grupo resolveu dar uma olhada na porta dupla de
pedra, onde pôde ver um imponente entalhe de urso, uma arte feita com tamanha
habilidade que destoava completamente das pinturas rústicas que o grupo viu
anteriormente. Maria Márcia, uma mineradora nata, sabia que aquele tipo de
entalhe na rocha era de valor e habilidade inestimáveis. Logo, com a força
conjunta de três guerreiros, abriram as pesadas portas. Uma câmara circular com
paredes negras os aguardava. Repleta de runas indecifráveis, o cômodo emanava
uma sensação estranha… Contudo, em seu centro um tipo de altar estranho, com um
crânio de urso acima, chamava atenção. Alguns dos aventureiros resolveram
investigar, analisar as runas e o altar. Fiz testes de percepção para eles, mas
dessa vez os dados não estavam a seu favor. Alguns dos personagens não entraram
na sala, em vez disso, permaneceram temerosos ainda na porta.
Lembrando que um dos personagens ainda
possuía uma galinha, alguns dos membros do grupo decidiram honrar o nome da
Trupe e realizar um ritual de sacrifício acima do altar, talvez invocando
alguma coisa e obtendo respostas. Todavia, tudo o que conseguiram foi atrair a
atenção das criaturas terríveis que lá habitavam. Saindo por detrás das portas
que foram abertas, dois humanoides monstruosos e canibais se aproximaram
furtivamente e atacaram com suas garras. Os monstros, homens esguios de pele
esticada e aparência pálida como a morte, logo causaram um combate sangrento,
no qual vários aventureiros se feriram. Goblin foi de grande ajuda, protegendo
seus companheiros com seu escudo e atacando com seu machado.
Os personagens que ficaram para trás,
próximos da porta, logo tiveram uma surpresa quando o cheiro de sangue atraiu a
atenção de uma das criaturas que estava os observando desde a sala do fosso. O
monstro, outro daqueles mortos-andantes, atacou Ravena de súbito, pegando-a
desprevenida. Angel e Maria Márcia tiveram de ir lhe prestar socorro, e por
sorte chegaram na hora certa. Entretanto, as criaturas, após destruídas,
liberavam um tipo de serpente de seus ventres, com presas pingando de veneno
necrótico. Mais uma vez, o grupo, unido em criativas manobras de combate,
conseguiu superar o desafio e, com sangue de monstro nas mãos, finalmente saiu
daquela sala.
Voltando ao corredor e adentrando num dos
cômodos à esquerda, a Trupe vislumbrou um portão duplo semelhante ao anterior,
mas decorado com a majestosa figura da cabeça de um leão. A sala estava
parcialmente desmoronada e silenciosa, evocando um clima macabro. Perguntei
pros jogadores o que eles desejavam fazer, uma vez que o que quer que aquela
sala possuísse estaria debaixo dos escombros e eles prontamente responderam que
escavariam o que pudessem e tentariam recuperar algum item de valor. Como o
grupo possui três anões e um deles é uma mineradora, achei razoável que eles
pudessem, mas com algum esforço. Disse que a escavação poderia durar horas, mas
eles estavam determinados. Quando eu já estava pensando em encontros aleatórios
pra pegá-los de surpresa, os jogadores avisaram que fariam uma rígida vigília.
Okay, ponto pra eles, conseguiram aprender alguma coisa com os encontros
anteriores. Assim, com um trabalho longo e exaustivo, o grupo conseguiu
encontrar algumas estátuas de guerreiros cobertos com pele de leão e um baú
rodeado de runas. Tiveram ainda o cuidado de abrir o baú de forma a evitar
armadilhas (tenho a impressão de que estou os transformando em paranóicos!),
mas felizmente não havia nenhum perigo. Acima de tecidos de qualidade
esplêndida, os anões encontraram um escudo com a orgulhosa face de um leão.
Magistral, o item era uma peça rara de um passado ancestral, o primeiro item
mágico do grupo. Os jogadores conversaram e rapidamente chegaram ao consenso de
ceder o escudo à Maria Márcia. Melhor armados, continuaram sua exploração pela
tumba.
Finalmente, chegando ao final do corredor,
encontraram uma cortina de sombras cobrindo o que parecia ser uma passagem e
através dela, um salão enorme, alto e com ciclópicas colunas de sustentação. As
paredes possuíam rachaduras e na parede oposta à da entrada, era possível ver
um gigantesco portão com várias pinturas rústicas e abstratas que, quando
observadas com atenção, pareciam formar, juntas, a figura de um lobo feroz. No
chão, milhares de peles de serpentes jaziam incólumes e vazias. O grupo quase
todo concordou que um deles deveria entrar primeiro e averiguar os riscos ou
armadilhas da sala. “Quase todo o grupo” porque um deles, o que foi escolhido
involuntariamente, discordou. Em vão, uma vez que o obrigaram, jogando-o de uma
vez no meio da sala e gerando uma das cenas mais legais da mesa! Foi uma quebra
de expectativa hilária quando narrei que nada, nenhum perigo ou evento
aconteceu.
Todos os personagens resolveram analisar a
sala e buscar informações ou novas passagens. As runas nas paredes contavam a
história dos Reis Selvagens, guerreiros bárbaros ancestrais que usavam o poder
de espíritos animais para enfrentar seus inimigos, todavia ninguém do grupo se
interessou em lê-las. Maria Márcia percebeu que o portão estava selado e nada
que eles possuíam conseguiria abri-lo. Goblin, um dos personagens do Arthur,
resolveu acender os dois incensários que haviam dos lados do portão. Pedi um
teste de Sorte e ele passou, logo o informei de que ele percebeu que a fumaça
fazia um trajeto estranho, rumo à passagem que os trazia do corredor. Graças a
isso, perceberam uma passagem secreta estreita que se localizava acima da porta
que eles haviam acabado de passar. Organizando-se em fila e ajudando uns aos
outros, todos subiram e começaram a rastejar (levando o conceito de dungeon
crawl ao literal).
Levando tochas e uma lamparina, iluminaram a
difícil e incômoda travessia, que se estendeu por vários minutos. Maria Márcia
estava na linha de frente, então pedi a ela um teste de Sorte. Os dados estavam
ao lado do grupo, pois, mesmo com apenas 5 pontos no atributo, a anã conseguiu
ser bem-sucedido. Com isso, ela percebeu que, coberta por vinhas e plantas
daninhas, acima de sua cabeça havia uma nova passagem, como uma passagem
secreta dentro de outra passagem secreta. Com ajuda de seus companheiros, subiu
pela passagem em 90° e deu de cara com um pequeno cômodo onde repousava um
esqueleto com trajes reais e uma valiosa coroa. Embasbacada pela nova
possibilidade de tesouros, a anã não percebeu a aproximação de um morto-andante
que logo lhe atacou. Este, diferente dos outros, possuía cabeça de serpente,
como se a cobra mutante em seu ventre tivesse concluído seu desenvolvimento e
tomado o corpo do hospedeiro.
Este combate foi difícil, uma vez que o
espaço apertado permitia que apenas um aventureiro por turno conseguisse
adentrar a sala. Maria Márcia teve de segurar as pontas, defendendo-se com seu
mais novo escudo – que lhe serviu muito bem. Finalmente, com quase cinco
membros da Trupe já dentro do lugar, conseguiram derrubar a criatura. Ravena
foi a primeira a se aproximar do esqueleto e saquear o que ele tinha, dividindo
com o grupo suas posses. Aquele devia ser o grandioso Rei ali selado, seus tesouros
guardados junto a si. Para Gibrin foi dada a poderosa Lança-Lupina, capaz de
prender e impedir os movimentos de qualquer criatura, mesmo as que normalmente
não seriam. Já a própria Ravena obteve para si o Chifre dos Reis, uma espécie
de caneca rústica enfeitada com runas e joias cujo poder seria abençoar a
bebida de seu possuidor, curando suas feridas ou até mesmo trazendo-o de volta
dos mortos, mesmo que este último, uma só vez.
Como a sessão estava acabando, dei uma
acelerada na narrativa. Voltando à passagem estreita, descobriram uma última
sala cheia de teias de aranha e uma única coluna de sustentação, que encontrava
a ponto de ruir. Temerosos por um desabamento, evitaram o lugar – fizeram bem,
uma vez que certamente seriam pegos num
desabamento.
Com as relíquias dos Reis Selvagens em mãos,
a Trupe do Pacto certamente poderia enfrentar seu próprio destino e reescrever
a história com sangue e ouro!
Conclusão
Minhas sessões com esse novo grupo tem sido
cada vez melhores e esta – um dungeon crawl puro –, foi repleta de boas ideias.
Os jogadores em geral mandaram muito bem, tiveram cuidado com armadilhas e
evitaram alguns perigos. Os personagens estão começando a se destacar e vejo
alguns jogadores criando laços com seus respectivos avatares. Mas e vocês, o
que tem achado destes diários? Comentem aí!
Curti de mais esses report de sessões do DCC, que venha mais! Só não curti muito personagens traíras/canibais. Eu tava torcendo pelo Calango porém foi chutado pelo traíra do Mt. Satan! Sacanagem !!
ResponderExcluirO Calango tava sendo um ótimo personagem, o jogador até fazia sotaque pra ele e tudo mais, bem divertido!
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