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- Diário de Campanha DCC RPG Cap. 11 - Sob o Olhar da Bruxa-Lagarto
Posted by : luh reynaud
domingo, 1 de dezembro de 2019
Saudações,
caçadores de bruxas! Há um bom tempo não atualizo os diários de
sessão da nossa querida Trupe do Pacto, não é? A campanha também
anda meio
parada, mas isso não significa que nós não tenhamos histórias
pra contar. No capítulo de hoje nós temos a exploração da
floresta da bruxa-lagarto e o prelúdio da caça à cidade das
bruxas!
Sobre
as Últimas Sessões
Anteriormente
acompanhamos a Trupe do Pacto, um grupo de aventureiros mercenários
de índole duvidosa, em sua jornada em busca de glória e ouro. No
último capítulo, os aventureiros chegaram à grandiosa
Cidade-Estado de Punjar, a maior metrópole do mundo conhecido!
Permeada por ostentação e miséria em igual proporção, a cidade
enfrentava um problema sério em sua economia, culminando na fome e
doença dos pobres habitantes. Anector, mestre da guilda
Espada-de-São-Jorge e aliado da Trupe, conseguiu fechar um contrato
com o rei: o grupo exploraria a floresta de Ispazar e resgataria o
cristal da bruxa-lagarto, fonte da maldição que assolava Punjar.
Os
Personagens
Arthur
Autista – Gibrin, anão lanceiro em incessante busca por poder; e
Goblin, o anão possuidor do misterioso sabre de energia negra.
Thiago
Thigas – Jorge, o mercenário atirador com transtornos de
personalidade; e
Pedro Joaquim II, o lenhador da floresta de Ispazar.
Concita
Cabelão – Maria Márcia, anã vaidosa que enfrenta masmorras
usando salto e um escudo muito estiloso.
Marco
Apocalipse – A adolescente guerreira Annie, estudante da arte da
piromancia.
Gaby
Raveninha – Ravena, a coveira sacerdotisa do Mago Louco; e a
feiticeira canibal Angel.
Nathan
Novato – A astróloga andrógena Lucca, especialista em se esconder
nas sombras.
Sob
o Olhar da Bruxa-Lagarto
Dentro
da floresta de Ispazar, a Trupe preparava-se para realizar mais um de
seus famosos rituais, sacrificando o bandido que haviam capturado
pouco antes nas plantações de Punjar. Ravena, trajada em seus
mantos ritualísticos, comandava seus companheiros para a invocação
da feiticeira lagarto
que procuravam,
que, entretanto, surgiu antes mesmo do ritual ser finalizado. Sua
figura era medonha: seu corpo atarracado e coberto de escamas
lembrava a figura de um jacaré ou crocodilo humanoide, vestida com
farrapos sujos e um cocar de penas. Apoiando sua pesada forma sobre
um velho cajado retorcido, lançava sob o grupo um olhar que só
poderia ser descrito como não humano que deixava-os sem ação. O
engraçado é que, uma vez que a bruxa apareceu, o grupo não soube
exatamente o que fazer, os jogadores ficaram se entreolhando como se
perguntassem “ta, e agora?”.
Ravena
tomou a iniciativa, perguntando
acerca do cristal e onde ele se encontrava. Com o ar de mistério que
toda bruxa possui, a velha respondeu que o item buscado se encontrava
em algum lugar dentro da floresta, mas que não ajudaria ou
atrapalharia a Trupe em sua busca. Os aventureiros acharam muito
estranho e suspeitaram de um blefe, mas resolveram não confrontá-la,
ao menos não por hora. Jorge tomou a frente logo
em seguida
e perguntou acerca do Fruto do Diabo, a fruta amaldiçoada que
cederia o poder diabólico que o atirador tanto buscava, mas, antes
que a lagarto pudesse respondê-lo, Annie, a adolescente guerreira,
ficou de saco cheio de toda aquela conversa e investiu com seu
machado! Quando
o machado desceu,
a
imagem
da velha bruxa sumiu no ar como fumaça, deixando
Jorge irado com a pequena Annie.
Tentaram
mais uma vez invocar a bruxa, finalizando o ritual e sacrificando o
bandido, mas de nada adiantou – a ação impensada de Annie
realmente havia destruído a possibilidade de obter informações, ao
menos naquela parte da floresta. Caso quisessem entrar em contato
novamente, deveriam avançar floresta adentro. Contudo o sol se punha
entre as árvores e todos concordaram que não seria uma decisão
muito inteligente explorar a floresta de uma bruxa à noite. Com
isso, se aproximaram da borda da mata e montaram acampamento por lá.
Pela
manhã, bem cedinho, puderam ouvir um som que vinha das árvores.
Despertos, aproximaram-se com cautela e vislumbraram
a imagem de um homem rústico portando um machado e derrubando
algumas árvores. O homem apresentou-se como Pedro Joaquim, um
lenhador que morava por perto e conhecia bem a floresta. O grupo
concordou que seria bom ter um guia enquanto se embrenhavam na mata e
ofereceu ao homem algumas moedas de ouro – o suficiente para
despertar sua cobiça. Preparados
e organizados, seguiram pela trilha apontada pelo mais
novo guia.
Pedi
alguns testes para que pudessem se localizar no território da bruxa
enquanto ia contando ao jogador de Pedro Joaquim alguns boatos e
lendas que ele conhecia, passando uma pegada mística e misteriosa
sobre o local. Em dado momento, ao longe, a ladra Lucca pode ouvir o
som de tambores e flautas tribais, indicando
que havia alguém por perto. Ao se aproximarem, notaram uma clareira
com aspectos de charco – várias poças de lodo e lama espalhadas –
habitada por criaturas de aspecto reptiliano semelhante à bruxa,
dançando em círculos em volta do que parecia ser um totem enquanto
tocavam instrumentos rústicos. Puderam
contar seis ou sete daqueles homens-lagartos, mas
antes que pudessem montar uma estratégia de fato, os anões Gibrin e
Goblin
saltaram para a batalha gritando urros de guerra. Algumas coisas
nunca mudam.
Os
homens-lagartos reagiram,
soltaram seus tambores e flautas e partiram para o ataque exibindo
suas garras e presas afiadas. Ravena,
Angel e Lucca ficaram de fora, pois acharam estúpido se arriscar num
ataque frontal desnecessário como aquele. Maria Márcia ficou
receosa, mas decidiu ajudar seus companheiros cedendo proteção com
seu escudo mágico. Jorge e Annie deram cobertura com ataques a
distância, com disparos explosivos e magias de fogo,
respectivamente. O lenhador, por sua vez, apenas observou de longe,
pois não poderia se envolver em assuntos de aventureiros.
No
meio do combate, um dos homens-lagartos emitiu um som semelhante a um
silvo. Houve movimentação entre as árvores e o barulho de algo
grande se arrastando pelo chão. Um cobra gigantesca emergiu da mata
a avançou rumo a Trupe, com presas como espadas e ataques de
constrição! Annie falhou em sua jogada de conjuração para evocar
sua magia de fogo de seu anel mágico, causando uma chuva de
labaredas que quase matou o pobre lenhador que apenas assistia a
distância. Ravena interveio curando seus aliados, impedindo
que caíssem. Os anões, enfim,
uniram esforços e derrubaram a cobra, encerrando o combate.
Ao
analisarem o totem, os aventureiros encontraram um baú rústico com
algumas gemas preciosas, um bom espólio. Resolveram, também,
arrancar as escamas da cobra, que talvez pudessem vender por um bom
valor. Maria Márcia, por acaso, descobriu um cristal brilhante na
boca do monstro, talvez
fosse o cristal que procuravam, mas
decidiu mantê-lo
segredo só para si.
O
lenhador guiou o grupo pelo restante da floresta, em busca da tal
bruxa-lagarto que o grupo tanto falava. Após encarar criaturas
sobrenaturais como as que a Trupe acabara de enfrentar, Pedro não
duvidava mais da veracidade das lendas que seus bisavós contavam e,
após transpassar pelo que pareceu uma cortina invisível mística,
deu de frente com uma árvore de proporções titânicas que só
poderia ser a representação de um deus. Embasbacado, não se deu
conta de
que
a velha bruxa se mostrava logo a frente, caminhando pelo pântano que
se escondia atrás da cortina mística.
Jorge
tomou a dianteira e questionou acerca do Fruto do Diabo e a cidade
das bruxas. A anciã disse que poderia dar ao atirador a capacidade
de encontrar o que desejava, mas que ele teria de oferecer um de seus
olhos como sacrifício… Estaria
o jovem atirador disposto a ceder um de seus olhos para saber a
localização do poder que desejava? Sem sequer titubear, o
personagem arrancou o olho esquerdo e estendeu para a velha bruxa,
mostrando que era corajoso – ou louco! – o suficiente. É claro
que isso trouxe consequências, principalmente para um atirador, que
tem de se valer de sua visão para mirar seus alvos. Por sorte, o
ferimento que sangrava profusamente foi rapidamente curado por magia
de Ravena. A bruxa parabenizou a coragem do rapaz, comeu o olho
sacrificado e em seguida tocou o olho são de Jorge, que passou a
enxergar chamas azuladas luminosas como almas penadas. As chamas,
dizia a velha, guiariam rumo a cidade maldita.
Mas
e quanto ao cristal? Bem, o grupo indagou a feiticeira sobre a joia,
mas a anã cutucou Ravena e sussurrou que já havia resgatado o item.
Ravena acalmou a todos e os induziu a deixar a velha bruxa para trás,
mesmo que ninguém tenha entendido nada. Antes de partir, porém,
Ravena avisou
a feiticeira lagarto que voltaria para enfrentá-la, pois “duas
bruxas não podem dividir o mesmo espaço”.
De
volta a Punjar
Quatro
dias depois do ocorrido, a
majestosa e miserável cidade-estado estava bastante movimentada.
Segundo o que cantavam os menestréis e diziam os boatos, um grupo de
três heróis valorosos havia invadido a floresta da bruxa,
enfrentado criaturas tenebrosas e matado a feiticeira, encerrando a
maldição que assolava o povo da região. Goblin,
Maria Márcia e Ravena contavam as ricas moedas que haviam obtido a
partir da negociação com o rei e sua conselheira. Nada menos que
três mil moedas de ouro, muito mais do que haviam visto em todas as
suas vidas. Apenas os três haviam sido creditados pelo “heroísmo”
por uma “estratégia de popularidade” do rei, que queria que
aqueles se tornassem figuras famosas dentro das muralhas de Punjar.
Estava
tudo muito bem, mas Maria
Márcia só se perguntava uma coisa: o que a conselheira faria
com o cristal místico? Bom,
talvez isso não fosse importante.
Houve
um desentendimento quando Goblin sugeriu que não dividissem o ouro
corretamente com seus colegas, ficando eles mesmos com a maior parte.
As garotas, no entanto, discutiram dizendo que não, uma vez que
todos haviam arriscado suas vidas! Jorge, que ouviu tudo em segredo,
ficou extremamente irritado com Goblin e teve uma briga com o mesmo.
Ravena interveio e apaziguou a situação, acalmando os ânimos de
todos e repreendendo o anão avarento, pois agora tinham algo mais
importante a se preocupar. Logo partiriam rumo ao objetivo de Jorge.
A
estrada para fora das muralhas se mostrava logo adiante, a visão
fantasmagórica de Jorge seria agora o guia em busca do temido Fruto
do Diabo e da lenda das Bruxas de Rahdomir.
Conclusão
A
sessão em questão ocorreu há alguns meses, mas minhas anotações
me ajudaram a manter os acontecimentos frescos na memória. A Trupe
do Pacto é uma campanha muito querida por mim e pelos demais
jogadores, pois é uma perspectiva bem diferente do “heroico
padrão”, num estilo bem old school nesse sistema maravilhoso que é
o DCC RPG! Mas e vocês, já jogaram DCC alguma vez? Como foi a
experiência? Comentem aí!
Olá Lucas, fico feliz em ver mais uma vez a continuação das aventuras da trupe do pacto. Estou curioso para ver o que vai acontecer a seguir!
ResponderExcluirQuanto a minha experiência com o DCC... foi um pouco decepcionante, eu tive que ouvir "é um D&D piorado". Aprendi que muitos dos meus amigos são muito combadores e controladores e não gostam de jogar com coisas aleatórias. Muitos deles só jogam com os mesmos esteriótipos sempre: um deles, sempre é anão clérigo, a anos e nunca muda, outro, não gosta de elfos de modo algum, e um, quando o personagem favorito dele morreu ele quis sair da mesa, mesmo tendo ainda 3 outros de nivel 0. Emfim, DCC é maravilhoso, mas não é para todos. Fico feliz que você e seu grupo estejam curtindo o sistema, acho que ele é melhor se apresentado a novatos mesmos, que não conhecem o peso de "não ter três 18s" na ficha, e só querem curtir.Vou tentar mudar o grupo e ver no que dá. No mais, um abraço pra vocês e estou de olho.
Saudacoes, Seph! Me sinto honrado em tu acompanhar os diarios da trupe com tanto carinho, isso que me dá gás pra continuar escrevendo.
ExcluirLamento muito pelo teu grupo nao curtir a pegada de DCC... Nas primeiras vezes que joguei, isso tambem aconteceu: muitos jogadores frustrados, combeiros decepcionados e gente desanimada. Eu busquei compreender, afinal, DCC realmente nao é pra todo mundo - old school em geral, na verdade. Espero que tu tenha melhores experiencias e continue jogando esse sistema maravilhoso. Sucesso!
Bom, particularmente não curti muito a ideia pois não tinha jogado nada parecido. Mais com o tempo acostumei e acabei fazendo personagens como Jorge por exemplo, e bom lhe desejo uma boa jogatina e melhores experiencias a partir de agora.
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