Archive for março 2016
Atrás de Você: Capítulo 2 - A Primeira Reunião
By : luh reynaud
Saudações,
família! Segue o capítulo dois de Atrás de Você, história escrita por Thales Geovane. Para quem ainda não viu o
capítulo anterior, aqui se encontra o link:
“Esse
é o segundo capítulo, que seguirá o mesmo projeto de narração, caso tenham
alguma pergunta. Perguntem pra mim e irei responder como puder.”
~Thales Geovanne
~Thales Geovanne
Capítulo 2: A Primeira Reunião
[Leonardo]
Quando
cheguei em casa, João, Thales e Vanderson já estavam lá.
[Natália]
Vi
Leonardo entrando, mas ele não me viu. Eu demorei alguns segundos para me
materializar completamente. Já no chão, eu caminhei. Não olhei para sentir a presença atrás de mim.
[Gilson]
Ninguém
me via dentro da casa, eu não sabia o quanto isso iria durar, li algumas
palavras do livro e sentei na cozinha.
[Lucas]
O
tempo parou de se mexer um pouco antes de Natália entrar, mas eu estava muito
atordoado para me mexer. Atrás de algumas moitas, eu apenas observava o movimento
de minha amiga.
[Thales]
Leonardo
entrou pela porta enquanto eu conversava com João e Vanderson. Minha cabeça
latejava, e eu sorria de algumas besteiras, o momento não parecia ser tão
sério.
[Vanderson]
Thales
ria como um idiota de uma besteira qualquer que João falou, eu achei mais graça
da risada do que da piada. Durante nosso primeiro momento bom em dias, Leonardo
abriu a porta.
[João]
- Então
eu disse, é só um semestre, mande ele mudar de religião durante esse tempo.
Thales
e Vanderson riram de uma história qualquer minha. Leonardo entrou na sala. Pouco tempo depois, Natália. Lucas veio atrás
dela. Gilson apareceu na mesa da cozinha.
Poucas
perguntas foram feitas. Não eram necessárias. Estávamos juntos.
[Natália]
- Maninho,
como você não morreu pro Habit?
- Sinceramente,
eu não sei... Mas aqui estou eu! Certo? – Respondeu Thales.
O
abracei e sentei-me à mesa ao lado de Gilson, e trocamos risos. Poucas palavras
sempre foi nosso tipo de relacionamento.
[Gilson]
Natália
sentou ao meu lado e eu sorri para ela. Ela sorriu de volta. Eles podiam me
ver. Então perguntei.
- Lucas,
meu amigo, você voltou mesmo! Achei que tinha se perdido no tempo!
- Hilário
cara! – Lucas disse em tom irônico.
- Às
vezes tenho medo do que vocês fariam se estivessem sozinhos... – Brincou Thales.
- Se
pegariam, sem dúvida. – Disse João sentando na minha frente.
- Essa
é uma cena que eu definitivamente não queria ver. – Brigou Léo.
- Eu
queria! – Disse Natália.
- Como
é? – Perguntou Thales surpreso.
O
silêncio reinou. Então todos riram. Aquela sim é uma boa lembrança.
[Lucas]
Até
eu ri das piadas idiotas do grupo. No fim aquilo fazia parte de tudo que significávamos.
A
reunião ia começar, e então todo o ambiente se calou. Thales deu dois toques
com a mão direita na cabeça. Ele fazia isso quando queria continuar acreditando
na realidade. Queria perguntar pra ele, mas resolvi guardar isso pra depois.
- O
quanto estamos prontos?
- Nós
sete temos os itens, pelo que posso ver. – Disse Léo.
- Mas
isso não significa que vamos derrotá-lo. – Falou Gilson.
- Ou
que queremos derrotá-lo – Suspirou Thales – Isso não é algo que eu queira, ou
eu não estaria aqui, vocês sabem disso.
Natália
passou a mão no braço dele. Vanderson continuou.
- Ele
está cada vez mais perto, eu posso ver. E depois de enfrentar o Cão, eu digo
que não é simples, nem será simples. Na verdade vai machucar.
- Eu
posso nos levar lá, mas não imagino se eu consigo nos trazer de volta. –Natália
disse se jogando pra trás.
- Não
sei nem mesmo se vamos conseguir voltar, se vamos conseguir sobreviver! – Léo
bateu na mesa.
Olhei
para todos. Não pensávamos ainda em desistir. Era uma missão suicida. Mas a
regra é evidente. O objetivo é um só.
Gente
demais já sofreu por vingança. Ninguém mais irá sofrer nada por um ser que se
acha superior. Thales ainda olhava para o vazio e tocou novamente em sua
cabeça. Criei coragem e perguntei.
- Como
está Habit?
[Thales]
- Como
está Habit? – Lucas me perguntou.
Demorei
alguns segundos para entender. Outros para pensar. Todos me olhavam. Ninguém ia
morrer além de mim.
-
Vivo e lutando o tempo todo, ninguém é um hospedeiro tão bom e tão ruim ao
mesmo tempo. Mas eu vou vencer quando for a hora, eu serei o senhor das sombras
como o Evan não pôde ser.
[Vanderson]
- Eu
serei o senhor das sombras...
Em
uma frase que ouvi pela metade, eu guardo minha última boa memória de um bom
amigo.
Tag :
Contos,
Atrás de Você: Capítulo 1 - Os Sete Portadores
By : luh reynaud
Saudações,
desafiantes da escuridão! A partir da postagem de hoje começarei a exibir uma
série de contos denominada Atrás de Você, produzida por meu amigo Thales
Geovane. A história foi criada apenas para nosso grupo de amigos, mas se
mostrou tão interessante que resolvi compartilhar na esfera do blog!
A
série é baseada em creepypastas, mas possui muita ação, suspense e mistério –
ideal para quem ama RPGs do gênero. Sem mais delongas, vamos ao capítulo um!
“Essa
história tem um estilo de narração múltiplo e simultâneo. Se algum dos
capítulos não ficou claro, por favor, fale conosco e montaremos uma timeline de
algum dos personagens para você, porém a história fica mais interessante lida
junto. Leia no escuro, com uma trilha sonora instrumental, se possível. Boa
leitura, boa sorte, sobreviva."
~Thales Geovanne
~Thales Geovanne
Capítulo 1: Os sete Portadores.
[Natália]
Eu
não sabia onde eu estava e não entendia como eu não sentia dor. A última coisa
que eu me lembrava era de Lee.
[Vanderson]
Eu
esperava ganhar um beijo ao invés de uma mordida de cachorro, mas aquele não
era meu dia de sorte. Ele continuava avançando.
[Thales]
Pergunto-me
quanto tempo eu teria que ficar parado, me fingindo de morto, para impedir que
eu morresse de verdade. Eu sentia o frio da faca passando por minhas costas, e
aquele sorriso ecoava em minha cabeça e naquela floresta.
[Lucas]
Todo
mundo estava ali, e de alguma forma não estava. Eu estava no mesmo lugar, mas a
pergunta não era essa. Quando eu
estava?
[Leonardo]
No
lixo! No fim de toda essa perseguição eu a achei no lixo! Sinto-me fielmente
decepcionado com tudo aquilo acontecendo. Eu não comecei isso para me sentir um
lixeiro.
[João]
Eu
realmente me sinto como o pai de um garoto adolescente. Lendo esses textos
nessa língua que não entendo. Por que tudo tem que ser no maldito alemão?
[Gilson]
Eu
não sou um tipo de suporte, eu não queria nem mesmo estar aqui e agora me sinto
perseguido por essa coisa. A única coisa que eu gostaria de saber, onde ele
arranjou tantas cicatrizes?
[Thales]
Eram
oito horas quando eu cheguei à floresta. Eu havia acabado de completar seis dos
sete desafios de HABIT. Só faltava um, e o Evan estava ali naquela floresta.
Meu peito doía mais quando eu me aproximava das algemas, e isso me
guiava. A dor aumentou e passou para um dos meus braços. Não eram as algemas,
era uma faca.
- Você
veio atrás de mim garoto. Você devia saber que ia morrer. Você sabe que vai
morrer? Que vai morrer pelas mãos de Habit?
[Natália]
Mo
me recebeu na porta como um velho amigo. Mesmo depois da visita de Noah e de
Linnie, eles me pareciam muito receptivos. Lee olhava para mim como a salvação
dele. Na verdade eu era a perdição, e infelizmente, a minha. Tudo ia ficar mais
difícil agora.
-Eu,
o portador dos portões, te entrego a chave, te entrego a faca.
[Lucas]
Assisti
dezenas de vídeos do Michael antes de finalmente conseguir triangular sua
localização. Consegui dirigir até lá. Demorou cinco dias até que eu finalmente
chegasse até a casa de dele. Três minutos até as alucinações começarem. Na
porta eu olhava sobre os ombros. A cor do terno brilhava contra a luz.
[Vanderson]
Ela
sabia quem eu era e tudo sobre mim desde o momento em que eu saí do táxi. Story
Parker era uma sobrevivente. E uma das garotas mais lindas que já vi.
-
Você quer a câmera. – Ela afirmou.
- Apenas
vim te libertar.
- Eu
não preciso de ajuda.
- Você
pode ver a verdade, veja sobre si mesma. Eu sou apenas quem vai te livrar de
tudo isso.
- Eu
não vou te dar, eu vou vencer e destruir isso tudo!
- Por
favor, Story! Pense nisso, eu vou terminar com isso, eu prometo terminar e...
Te mandar uma foto.
Um
latido alto foi ouvido. Em uma altura no ouvido de Story. Em um barulho
infinitamente mais alto no meu. Caí com os ouvidos sangrando. Eu não via nada
na rua.
Story
falava alto. Eu ouvi uns pedaços.
- O
latido... Ouvido... Por todos... Altura... Do medo... A câmera... Vê.
- Me
passe!
- Eu,
Story Parker, Portadora da Verdade, te entrego a chave, a câmera.
Peguei
a câmera e me coloquei a olhar através da lente. O cachorro corria em minha
direção. Eu não tive tempo de reação, minha perna foi mordida, seria arrancada
antes que eu a atirasse. Não tive tempo de perguntar como invocar a arma
espectral, apenas fugi.
Story
me olhava. Eu sinceramente queria um beijo.
[Gilson]
Conseguir
o livro de Chris foi uma tarefa muito simples. Eu não sabia recitar nem metade
das palavras, mas aquilo não parecia um problema real para mim naquele momento.
O problema real era o cara das cicatrizes. Suas mãos pareciam garras, mas não
aos olhos nus. Eu corria pela casa em ruínas como se fosse a única coisa que eu
precisava fazer – quando era a única coisa que eu podia fazer, na verdade. Meu
corpo estava mais ferido a cada momento, mesmo assim a distância entre mim e
ele não diminuía. Parei por um segundo e olhei pra trás. Qual era o tamanho
daquele corredor?
Abri
o livro. As feridas em meu corpo se abriam. As cicatrizes fechavam. E não tinha
nem um limite ou forma de como a dor era imensa.
Em uma das páginas, as palavras se tornaram legíveis. Eu apenas li.
- Abra
os céus, caia das paredes, mostre seus medos, revele seus segredos!
O
corredor se mostrou menor do que parecia. A face do homem se mostrou. Era
alguém conhecido. Eu via aquilo em meus sonhos. Ele estava do meu lado. Não
atrás de mim. Um nome se abriu.
- Milo?
- Eu
não sou o Milo, surpresa! Eu sou Mr. Scars!
Meu
mundo se apagou e eu caí. Mas eu não podia morrer ali. O livro era meu desde a
primeira palavra lida. Acordei na nova casa. Eu era agora, um portador.
[João]
Na
verdade as idéias sobre as regras desse pequeno diário negro pareciam bem
simples. Noah apenas disse que queria parar de ouvir as vozes. E eu não entendi
de início. Bem, entendo agora.
Os
sussurros soam dentro da minha mente, me pergunto se alguma outra pessoa pode
ouvir.
Regras
simples, mesmo assim.
Sentado
num muro eu apenas tentava entender com o pouco de alemão que eu sabia. Tudo
que eu escrevesse passaria a existir. Tudo que eu apagasse deixaria de existir.
Eu
queria entender tudo, para não apagar nada errado. As folhas eram limitadas,
hora ou outra terei que apagar algo.
Lembrei
das palavras de Noah.
"Eu,
Noah, guardião da criação, lhe entrego a chave, o diário".
Terminei
de comer meu sanduíche e pulei do muro. Escrevi pequenas palavras. Em meu
idioma.
Montei
na moto e fui pra casa. Eu era um portador.
[Leonardo]
Persegui
Tim por dias, mas eu não via a máscara com ele. Ele deve ser muito desligado, pois todos me
notavam, menos ele.
Continuei
andando. Anotando. Fotografando. Achei um padrão. Na tarde do outro dia, o
parei dentro da clínica psiquiátrica.
- Me
dê a máscara, Tim!
- Que
máscara garoto? Quem é você? Como sabe meu nome?
- Marble...
Hornets.
- Eu
não sei do que você está falando...
Coloquei
Tim contra a parede.
- Eu
quero a máscara!
- Saia
daqui, você não tem ideia de quanta dor isso pode trazer?
- Você
não tem ideia de quanta dor não tê-la está me causando agora!
Minha
câmera no chão explodiu num grande chiado.
-Você
o trouxe aqui garoto? Você o trouxe de volta!
Sumi
num brilho de luz. Lembro de ver Tim entrando em convulsão.
Acordei
sentado num banco de praça. Levantei
andando devagar. Xingando baixo pelo meu erro. Vomitei em uma lixeira.
A
raiva aumentou quando vi algo branco nela.
[Natália]
Lee
sorriu e enfiou a faca em minha barriga. Eu senti dor, e então não mais.
Acordei
em um campo próximo de uma floresta. A grama próxima de mim me lembrava coisas
ruins, não sei por quê.
Andei
um pouco. Lembrava de Lee e lembrava de ter levado uma facada. Mas ela estava
em uma bainha na minha cintura.
Andei
pelo campo. Sentindo sempre uma presença
atrás de mim. Um sussurro próximo a minha nuca. Que aumentava cada vez mais
conforme eu adentrava na floresta.
Então
eu vi aquilo que o Lee me disse. Sussurrando. Gritando. Falando. Eu ouvia a sua
voz, mas não queria ouvir. Sentei no chão. Meus óculos racharam.
E
então abri os olhos. Eu estava na frente de casa. Olhei o relógio. Pra mim, cinco
minutos. Para os outros, dois dias.
[Thales]
Eu
apenas corria. Não tinha o que fazer contra aquele assassino.
- Vou
deixar você correr, então te deixarei sangrar lentamente até a morte. Será divertido...
Eu
sangrava em algumas partes do meu corpo. Minha mente estava muito mais
perturbada. Feria meu coração saber que Evan estava sendo forçado a fazer tudo
aquilo.
Eu
corri, então ele apareceu na minha frente. Enfiou a faca em minha barriga. Eu
caí. Ia morrer, era óbvio, ninguém venceria o Habit. Caí no chão e Fechei os
olhos. Fingindo minha morte. Talvez eu sobrevivesse. Habit passou a faca em
minhas costas. Algemas apareceram em meus pulsos. Eu era o único que não queria
matar o Slendy. Eu só queria aprender.
- Você!
Não ouse!
As
algemas se quebraram. Eu sorria. Venci. Agora eu era o coelho.
[Lucas]
O
poder do relógio era voltar no tempo. Ou avançar. Todo o tempo ao redor de mim
era apenas um brinquedo.
Mas
eu era uma criança ingênua. Eu não sabia brincar. E eu estava preso ali.
Michael
estava bem mais aterrorizado que eu. Atormentado pelo Slender por três dias, eu
já sentia que viver não valia a pena. Três anos sendo um portador. Eu não sabia
se ia conseguir.
Eu
apertava os botões como se não houvesse amanhã. Mas não saía do lugar. Eu
sentia mesmo assim que eu não tinha saído do lugar. Apenas o tempo tinha se
movido.
Dimensão.
O tempo era apenas uma dimensão.
Minha
casa era o centro da operação. Invadir o Slenderverse. Tornar-se Portador.
Aprender sobre o universo. Obter respostas. Derrotar o Slender. O tempo avançava
junto com minhas lembranças.
Vi
minha namorada entrar e sair. Vi o grupo se desfazer. Se refazer. Mudar. Vi o
mundo de outra forma.
E
então parei vendo Natália pelas costas. Eu era o portador do tempo agora. E
nada podia me parar. Esse era meu sentimento. Esse era meu brinquedo. Meu jogo.
E eu aprendi as regras.
[Fim
do capítulo 1]
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