Posted by : luh reynaud sexta-feira, 7 de julho de 2017


Saudações, tiranos das terras além-mar! Muitas vezes nós mestres somos confrontados com situações no mínimo chatas de se lidar. Seja através de um jogador inconveniente ou discussões sobre regras, todo narrador já se viu na posição de ter sua autoridade testada.

O mestre de jogo possui função de árbitro, juiz e condutor. Com isso, ganha toda a autoridade dentro da narrativa: se ele diz que algo acontece, não há rolagem ou regra que impeça aquilo de acontecer. Do mesmo modo, uma regra só existe se o narrador julgar que se encaixa nos padrões da mesa. Seja qual for o conflito, a palavra do mestre é sempre absoluta.

Então é isso? O mestre é apenas um tirano megalomaníaco?

Absolutamente não.

Embora eu tenha brincado no início deste texto ao chamar os mestres de “tiranos”, a realidade é bem diferente. Possuir autoridade suprema não implica em usá-la de forma egoísta – pelo contrário, o mestre de certa forma trabalha para os jogadores, julgando aquilo que pareça mais justo e divertido para todos da mesa.


Ser mestre é trabalhoso, exige muito esforço e responsabilidade, além de pulso firme. Um mestre “frouxo” se torna muito permissivo, sendo conduzido pelos jogadores, ao invés do contrário. É complicado lidar com jogadores extremamente reclamões, uma vez que eles costumam reclamar de qualquer situação mais complexa proposta pelo narrador.

Jogadores reclamões implicam com regras que não os priorizam ou que os colocam em situações fora de sua zona de conforto. Quando as regras estão ao seu favor, contrariam o mestre por qualquer julgamento ou house rule, interpretando as normas da forma mais literal possível. Em suma, jogadores reclamões são os piores inimigos de mestres sem autoridade.

Não me entendam mal, não escrevo aqui que mestres devem ser mente fechada e não aceitar que estão errados algumas vezes. Porém, quando um jogador age implicando com tudo que o mestre fala... Bem, isso de forma alguma deve ser aceito. O mestre também deve se divertir, também deve sentir prazer ao jogar RPG, mas a ação de jogadores reclamões atrapalha esse processo. Além de atrapalhar o andamento da narrativa, interrompendo o fluxo!

Sabendo disso, devemos buscar formas de lidar com esses momentos em que o comando do narrador é desafiado. A solução central é sempre uma boa conversa. Certo jogador reclamou muito durante a sessão? Bom, depois da jogatina chame-o pra um canto e pergunte o que houve. Não há nada melhor do que uma boa conversa... Talvez com isso você possa perceber que, de fato, foi injusto em dada situação ou que, mesmo sem se dar conta, acabou perseguindo o personagem do mesmo. Ou que era realmente seu colega de mesa implicando.

A conversa não resolveu e o jogador continua atrapalhando? Talvez seja necessário o recurso final da autoridade do mestre... Expulsão. Mas pense bem, pois isso deve ser reservado apenas para os casos extremos. Mas, sim, você é o mestre e você pode fazer isso.

A autoridade do narrador depende da confiança e compreensão dos jogadores e culmina em grandes responsabilidades para aquele que a exerce. É um tipo de contrato em que ambas as partes são beneficiadas e sendo assim, deve ser respeitado para que todos ganhem!

O respeito é a base da convivência em qualquer comunidade, e sendo o RPG uma prática extremamente social, deve ser palavra de ordem para que o objetivo final seja atingido: a diversão de todos pelas grandes aventuras e o companheirismo das histórias!

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